Navegar-se o pequeno teatro de ser : a autoconsciência como método

Abstract

E se invertêssemos? "Suponhamos que tudo, em vez de ser feito de átomo, matéria, que tudo fosse feito de consciência. O que aconteceria neste caso?" (GOSWAMI, 1993, p. 26). Que ciência, cultura, educação teceríamos? É o que pretende refletir a presente dissertação: "Navegar-se o pequeno teatro de ser. A autoconsciência como método". Meu objetivo, ao refletir sobre a consciência "tecedora de tudo o que há", foi expressar a relação Ser/Viver e (Se) Conhecer através da vivência da ciência milenar do Tantra yoga proposto por P.R. Sarkar (em diálogo com a biologia do amor de H. Maturana, a Trandisciplinariedade de B. Nicolescu, e a Física Quântica de A. Goswami), que não separa vida, sociedade, política, arte, ciência e espiritualidade. O objeto deste trabalho, então, não está dissociado do sujeito, nem da vida, porque observei a autoconsciência como método de pesquisa do ser humano que se aventura em conhecer a si mesmo e o efeito em si, e em seu entorno, do auto-conhecimento que produz e é produzido recursivamente por esta autoconsciência em eterno processo de desvendamento e de co-criação. A abordagem sistêmica desta dissertação acabou em transformar seu resultado - saborear a auto-consciência gerada e geradora de auto-conhecimento e suas implicações na emoção que, segundo Maturana, funda o social, o amor - numa peça de teatro, onde o jogo de relações entre a multidimensionalidade do ser/viver com o outro (ser e/ou entorno) são expressos em personagens em busca de (do) Si mesmo.

And what if we inverted it? "Suppose that everything, instead of being made of atoms, of matter, was made of consciousness. What would happen in this case?" (GOSWAMI, 1993, p. 2). What kind of science, culture, and education would we weave? This is the reflection that the present dissertation seeks to develop: "Navigating Oneself, The Small Theater of Being: Self-Consciousness as a Method." My objective, in reflecting on consciousness as the "weaver of all that exists," was to express the relationship between Being/Living and (Self)Knowing through the experience of the millenary science of Tantra Yoga, as proposed by Sarkar. This path engages in dialogue with H. Maturana's biology of love, B. Nicolescu’s transdisciplinarity, and A. Goswami's quantum physics—perspectives that do not separate life, society, politics, art, science, and spirituality from their academic productions. The object of this study, therefore, is not dissociated from the subject nor from life itself, as self-awareness has been observed as a research method for the human being who ventures to know themselves and the world. Thus, the effect of self-knowledge—simultaneously produced by and producing self-awareness—is analyzed in relation to the subject and their surroundings, in a recursive and eternal process of unveiling and co-creation. The systemic approach of this dissertation transformed its own outcome: the experience of savoring self-awareness—both generated by and generating selfknowledge— and its implications for emotion, which, according to Maturana, is the foundation of the social and of love. In this way, the work became a theater piece, where the interplay of relationships between the multidimensionality of being/living and the other (whether a subject or the environment) is expressed through characters in search of themselves.