O dever de renegociar contratos de duração no direito civil brasileiro
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Nos contratos duradouros, a relação jurídica ao longo do tempo configura característica indissociável do negócio jurídico. A doutrina referente a esses contratos tem se desenvolvido gradualmente desde a metade final do século passado, principalmente devido à insuficiência das soluções tradicionais do direito contratual, que são quase integralmente voltadas para contratos de execução instantânea e diferida. Este trabalho debruça-se sobre os contratos de duração para explorar a existência de um d ...
Nos contratos duradouros, a relação jurídica ao longo do tempo configura característica indissociável do negócio jurídico. A doutrina referente a esses contratos tem se desenvolvido gradualmente desde a metade final do século passado, principalmente devido à insuficiência das soluções tradicionais do direito contratual, que são quase integralmente voltadas para contratos de execução instantânea e diferida. Este trabalho debruça-se sobre os contratos de duração para explorar a existência de um dever de renegociar em contextos nos quais a renegociação se torna crucial para a readequação do conteúdo contratual frente a novas realidades. O objetivo é ampliar as hipóteses de renegociação compulsória dos contratos duradouros regidos pelo Código Civil, visto a renegociação constituir valioso instrumento de conservação dos contratos. A partir das funções da renegociação, a tese justifica a existência de um mecanismo contratual que remete as partes à readequação interna do vínculo, em respeito à autonomia privada, à proteção das expectativas de sua continuidade e à finalidade da contratação. O tema tem recebido crescente atenção da doutrina nacional, com diversos ensaios e posicionamentos fundamentando a existência do dever de renegociar na cláusula geral da boa-fé. Contudo, a reflexão e o aprofundamento sobre a questão permitem aproximar o dever de renegociar e a autonomia privada, mesmo que as partes não tenham expressamente pactuado cláusulas de readaptação ou de renegociação. Para tanto, desenvolve-se a ideia de um dever que emerge da própria natureza do contrato celebrado e que pode se concretizar pela intenção das partes materializada no conjunto de comandos contratuais destinados à consecução de uma certa finalidade, sem se traduzir por cláusulas ou convenções expressas. Nesse contexto, a tese aborda a existência do dever contratual de renegociação dos contratos duradouros, definindo a sua disciplina e as suas tutelas jurídicas e aplicando as soluções encontradas a casos práticos dos tribunais brasileiros. ...
Abstract
In long-term contracts, the legal relationship over time constitutes an inseparable characteristic of the contract. The doctrine regarding these contracts has gradually developed since the latter half of the past century, mainly due to the insufficiency of traditional contractual law solutions, which are almost entirely focused on instantaneous and deferred performance contracts. This work focuses on long-term contracts to explore the existence of a duty to renegotiate in contexts where renegot ...
In long-term contracts, the legal relationship over time constitutes an inseparable characteristic of the contract. The doctrine regarding these contracts has gradually developed since the latter half of the past century, mainly due to the insufficiency of traditional contractual law solutions, which are almost entirely focused on instantaneous and deferred performance contracts. This work focuses on long-term contracts to explore the existence of a duty to renegotiate in contexts where renegotiation becomes crucial for the adjustment of contractual content in light of new realities. The aim is to expand the scenarios for compulsory renegotiation of long-term contracts governed by the Civil Code, considering that renegotiation constitutes a valuable instrument for the preservation of contracts. Based on the functions of renegotiation, this thesis justifies the existence of a contractual mechanism that directs the parties to an internal adjustment of the bond, respecting private autonomy, protecting the expectations of its continuity, and the purpose of the contract. The subject has received increasing attention from national doctrine, with various essays and positions supporting the existence of the duty to renegotiate in the general clause of good faith. However, reflection and deepening on the issue allow bringing closer the duty to renegotiate and private autonomy, even if the parties have not expressly agreed on readjustment or renegotiation clauses. To this end, the idea of a duty emerging from the very nature of the contract is developed, which may materialize through the parties’ intentions expressed set of contractual commands aimed at achieving a certain purpose, without necessarily being translated into explicit clauses or agreements. In this context, this thesis addresses the existence of the contractual duty to renegotiate long-term contracts, defining its discipline and legal protections, applying the solutions found to practical cases from Brazilian courts. ...
Riassunto
Nei contratti di durata, il rapporto giuridico nel corso del tempo costituisce una caratteristica inscindibile del negozio giuridico. La dottrina relativa a questi contratti si è sviluppata gradualmente dalla metà del secolo scorso, principalmente a causa dell'insufficienza delle soluzioni tradizionali del diritto contrattuale, che sono quasi integralmente orientate verso contratti di esecuzione istantanea e differita. Questo lavoro si concentra sui contratti di durata per esplorare l'esistenza ...
Nei contratti di durata, il rapporto giuridico nel corso del tempo costituisce una caratteristica inscindibile del negozio giuridico. La dottrina relativa a questi contratti si è sviluppata gradualmente dalla metà del secolo scorso, principalmente a causa dell'insufficienza delle soluzioni tradizionali del diritto contrattuale, che sono quasi integralmente orientate verso contratti di esecuzione istantanea e differita. Questo lavoro si concentra sui contratti di durata per esplorare l'esistenza di un dovere di rinegoziare in contesti nei quali la rinegoziazione diventa cruciale per la riadeguazione del contenuto contrattuale di fronte a nuove realtà. L'obiettivo è ampliare le ipotesi di rinegoziazione obbligatoria dei contratti di durata disciplinati dal Codice Civile, visto che la rinegoziazione costituisce uno strumento prezioso per la conservazione dei contratti. Basandosi sulle funzioni della rinegoziazione, la tesi giustifica l'esistenza di un meccanismo contrattuale che rimanda le parti alla riadeguazione interna del vincolo, nel rispetto dell'autonomia privata, della protezione delle aspettative di continuità e della finalità del contratto. Il tema ha ricevuto crescente attenzione dalla dottrina nazionale, con diversi saggi e posizioni che giustificano l'esistenza del dovere di rinegoziare nella clausola generale della buona fede. Tuttavia, la riflessione e l'approfondimento sulla questione consentono di avvicinare il dovere di rinegoziare e l'autonomia privata, anche se le parti non hanno espressamente concordato clausole di riadeguazione automatiche o di rinegoziazione. A tal fine, si sviluppa l'idea di un dovere che emerge dalla natura stessa del contratto stipulato e che può concretizzarsi nell’intenzione delle parti, materializzata nell’insieme delle disposizioni contrattuali destinate al raggiungimento di un detreminato scopo, senza tradursi in clausole o convenzioni In questo contesto, la tesi affronta l'esistenza del dovere contrattuale di rinegoziazione dei contratti di durata, definendone la disciplina e le tutele giuridiche, applicando le soluzioni trovate a casi pratici dei tribunali brasiliani. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Direito. Programa de Pós-Graduação em Direito.
Coleções
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Ciências Sociais Aplicadas (6133)Direito (795)
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