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dc.contributor.advisorGandin, Luis Armandopt_BR
dc.contributor.authorDalmaso-Junqueira, Brunapt_BR
dc.date.accessioned2024-03-22T05:06:08Zpt_BR
dc.date.issued2024pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/274050pt_BR
dc.description.abstractEsta tese investiga a criação de pedagogias feministas por docentes da educação básica brasileira em um contexto social de modernização conservadora. A partir de referenciais dos estudos educacionais críticos e dos estudos feministas, de mulheres e de gênero, o desenvolvimento de práticas educativas feministas é interpretado como iniciativa contra-hegemônica de resistência e desobediência feminista a um crescente movimento de cunho conservador e neoliberal. Constituindo coalizões contingenciais de grupos hegemônicos diversos e contraditórios, a promoção da modernização conservadora pode ser identificada na crescente perseguição a direitos constitucionais de igualdade e na promoção de políticas e práticas educacionais excludentes, individualistas, de cunho patriarcal, cis-heteronormativo e racista. No Brasil, desde os anos 2010, esse movimento em muito tem-se manifestado a partir de uma agenda “antigênero” e “antifeminista”. Construindo uma perspectiva epistemológica feminista crítica, esta pesquisa foi desenvolvida fazendo uso dos procedimentos metodológicos de formulários virtuais via método de amostragem por bola de neve com 107 docentes vinculadas/os/es a escolas da educação básica brasileira desejosas/os/es de compartilhar práticas pedagógicas feministas que desenvolveram em seus contextos escolares. Seis das/es/os participantes também foram ouvidas/es/os com o instrumento de entrevistas semiestruturadas. Utilizou-se a ferramenta da Análise Relacional e a da Análise Temática para o desenvolvimento analítico. Muitas das práticas surgem em resposta à ausência do Estado nas garantias constitucionais. Docentes atentas/os/es têm criado práticas educativas que respondem a desigualdades manifestas em seus espaços escolares, desempenhando o papel da reparação feminista. É notável a predominância de temáticas socialmente “palatáveis”, tais como aulas sobre as contribuições das mulheres à sociedade e à percepção da desigualdade de gênero. Embora fundamentais à formação cidadã e feminista, tais temas ofuscam, em alguma medida, debates mais controversos e invisibilizados, tais como a educação sexual e o antirracismo. Embora haja uma tímida, mas promissora adesão a perspectivas diversas (negras, trans e anticapitalistas), principalmente lideradas por professoras negras, 80% dos relatos recebidos não abordam o debate antirracista como parte das práticas feministas. Cerca de 98% não mencionam deficiências ou a perspectiva anticapacitista. Diante disso, evidencia-se a predominância de um feminismo hegemônico branco como “código secreto” que é ensinado através da universalização da experiência da branquitude. No que diz respeito ao desenvolvimento das pedagogias feministas, observa-se a manifestação de uma docência apaixonada, engajada e que reconhece o prazer político na criação de formas de resistência, tanto às iniciativas conservadoras quanto às de cunho neoliberal. Ao mesmo tempo em que é constatada uma engenhosidade e insistência feminista que desenvolve criativas estratégias para inserir perspectivas feministas mesmo em contextos refratários, são consideráveis os desafios estruturais como a intensificação e o isolamento do trabalho docente. Percebe-se o reflexo da atuação docente comprometida com a pedagogia culturalmente relevante na constituição de comunidades de aprendizagem, como espaços de construção compartilhada de saberes, de acolhimento à manifestação de fragilidades, a movimentos de reparação feminista e ao desenvolvimento da consciência crítica. Como reflexo disso, o engajamento do alunado e da comunidade mais ampla é apontado por docentes como um grande resultado positivo de suas práticas. Uma vez que confiantes nos processos e aprendizados partilhados, discentes também são observades em suas mudanças de atitudes: tanto na constituição do empoderamento que perpassa o reconhecimento da própria potência feminista (mas que não se resume a ele), quanto na expansão da criticidade sensível e reativa às manifestações de desigualdades. Diante de tais resultados, e dialogando com o pressuposto por Paulo Freire, Debora Diniz e Ivone Gebara, identifica-se uma pedagogia da esperança feminista manifesta na criação de futuros possíveis. Identifica-se a ação docente que, insatisfeita com a realidade desigual, cria pedagogias feministas a partir de princípios coletivos e que, a partir do reconhecimento de desafios e contradições, abre-se à crítica e à própria reinvenção. Interpreta-se essa feitura como parte de um movimento contra-hegemônico que insere novas verdades no senso comum, instrumentalizando educandas/os/es com um vocabulário feminista que tem a potência de promover – e que promove – transformações.pt_BR
dc.description.abstractThis thesis investigates the creation of feminist pedagogies by teachers in Brazilian K-12 education amid a social context of conservative modernization. Drawing from critical educational studies and feminist, Women’s, and gender studies, the development of feminist educational practices is understood as a counter-hegemonic initiative of resistance and feminist disobedience against a prominent conservative and neoliberal movement. Stablishing contingent coalitions of diverse and contradictory hegemonic groups, the promotion of conservative modernization can be identified in the growing persecution of constitutional rights to equality and in the endorsement of exclusionary, individualistic, patriarchal, cis-heteronormative, and racist educational policies and practices. In Brazil, since the 2010s, this movement has prominently emerged through an “anti-gender” and “anti-feminist” agenda. By building a critical feminist epistemological perspective, this research applied the methodological procedure of virtual forms via snowball sampling with 107 teachers from K-12 Brazilian schools willing to share feminist pedagogical practices they developed. Six participants also underwent semi-structured interviews. Relational and Thematic Analysis tools were employed for analytical development. The study indicates that many practices arise due to the absence of State in guaranteeing constitutional rights. Watchful educators have created educational practices addressing inequalities present in their school spaces, which is interpreted through the role of feminist reparation. Notably, there is a prevalence of socially acceptable themes, such as lessons on women's contributions to society and the recognition of gender inequality. However, while fundamental to citizen and feminist education, these themes somewhat overshadow more controversial and overlooked debates, such as sexual education and anti-racism. Despite a timid yet promising embrace of diverse perspectives (Black, trans, and anticapitalist), primarily led by Black female teachers, 80% of the received reports do not address anti-racist debate as part of feminist practices. Approximately 98% do not mention disabled people’s perspective. Consequently, the predominance of a White hegemonic feminism becomes evident, working as a “secret code” taught through the universalization of Whiteness experience. Regarding the development of these feminist pedagogies, there's evidence of passionate, engaged teaching that recognizes political pleasure in creating forms of resistance, both against conservative and neoliberal initiatives. Simultaneously, despite a feminist ingenuity and persistence deploying creative strategies to insert feminist perspectives even in antagonistic contexts, substantial structural challenges are notable – such as intensified and isolated teaching. The reflection of committed teaching towards culturally relevant pedagogy is observed in the establishment of learning communities, as spaces for shared knowledge construction, embracing vulnerabilities, feminist reparation movements, and the development of critical consciousness. Consequently, student and broader community engagement is perceived by teachers as a significant positive outcome of their practices. Confident in their shared processes and learnings, students are also observed in their attitude changes: both through empowerment recognizing their feminist power (but not limited to it), and in the expansion of sensitivity and reactions to inequality manifestations. Hence, based on premises by Paulo Freire, Debora Diniz, and Ivone Gebara, a pedagogy of feminist hope is identified, manifested in the creation of possible futures. This teaching action, dissatisfied with unequal reality, creates feminist pedagogies based on collective principles and becomes open to criticism and self-repositioning. This feminist teaching is interpreted as part of a counter-hegemonic movement which inserts new truths in common sense, equipping students with a feminist vocabulary that has the power to promote – and effectively promotes – transformations.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectFeminist Pedagogyen
dc.subjectFeminismopt_BR
dc.subjectFeminist Studiesen
dc.subjectPedagogiapt_BR
dc.subjectEducação básicapt_BR
dc.subjectFeminist Teachinges
dc.subjectK-12 Education – Brazilen
dc.subjectConservatismen
dc.titlePedagogia da esperança feminista : aprendendo com docentes da educação básica em tempos de modernização conservadora no brasilpt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001197590pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Educaçãopt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Educaçãopt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2024pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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