Políticas de multiplicidade em educação : restografia de uma escola incomum

Abstract

Que políticas de multiplicidade se instauram com a restografia de uma escola incomum? Em aliança às filosofias da diferença, às existências marginais e a devires minoritários, busca-se ensaiar possíveis respostas a essa pergunta a partir da confabulação de um espaço-menor, o qual chamamos de escola incomum, vivido e ficcionado entre os múltiplos trânsitos da vida docente. Ao questionar procedimentos metodológicos majoritários em educação, criou-se um método cunhado de restografia, em que o uso de fragmentos, ou como dizemos, restos, compõem a pesquisa de maneira fragmentária, sem pretensões unitárias. Para tanto, o uso de escritos, imagens, poemas, cenas de escola, entre outras matérias, dá-se por composição, não por representação ou ilustração. Com o conceito de multiplicidade [DELEUZE; GUATTARI, 1992], esta dissertação propõe uma política, também pensada em termos de uma ética e uma estética, voltada à sustentação das diferenças no espaço escolar, em especial, as diferenças sexuais: uma política de multiplicidade. A pesquisa também traz contos a respeito de experiências dessubjetivadoras às normas de gênero e sexuais. A passagem destas forças estranhas e potentes pela escola, tomadas aqui como multidões sexopolíticas [PRECIADO, 2011], obriga-nos a redesenhar os traços de uma escola-maior, traçando gestos outros em sinal à multiplicidade de existências.

What politics of multiplicity are established with the restography of an uncommon school? In alliance with the philosophies of difference, marginal existences and becoming-minority, we seek to rehearse possible answers to this question based on the confabulation of a minor-space called uncommon school lived and fictionalized among multiple transits of teaching life. Questioning major methodologies in education, a method called restography was created, in wich the use of fragments, the remains, compose the research in a fragmentary and non-unitary way. Therefore, use of writings, images, poems, school scenes, among other subjects, happens by composition not representation or illustration. Whit the concept of multiplicity [DELEUZE; GUATTARI, 1992], this dissertation proposes a politics, also thougt of as ethic and aesthetics, aimed at sustaining differences in the school, especially sexual differences: a politics of multiplicity. This research also brings tales about desubjective experiences regarding gender and sexual norms. The passage of these strange and powerful forces throught the school, taken here as sex political crowrds [PRECIADO, 2011] forces us to draw the traces of a major school, tracing other gestures as a sign of multiplicity of existences.