Bioecologia de ácaros e cochonilhas em variedades de Olea europaea (L.) em Barra do Ribeiro, RS

Abstract

A olivicultura no Rio Grande do Sul é uma atividade em expansão, estando centrada principalmente na Depressão Central e no Bioma Pampa, na metade sul do estado. Ácaros fitófagos e cochonilhas têm sido associados a olivais, incluindo espécies de importância econômica. Ácaros predadores são inimigos naturais de espécies destes dois grupos de organismos pragas. Este trabalho teve como objetivo identificar as comunidades de ácaros e cochonilhas presentes em três variedades de oliveiras (Olea europaea L.) em Barra do Ribeiro, RS, analisando aspectos ecológicos de diversidade, abundância, similaridade e possíveis interações entre as duas comunidades. As amostragens foram sazonais, uma a cada estação do ano no decorrer dos anos de 2016 e 2017. Em cada coleta sazonal, foram sorteadas aleatoriamente quatro plantas de cada uma das três variedades (Arbequina, Arbosana e Koroneiki) e de cada planta foram coletados dois ramos com aproximadamente 20 cm de comprimento. Ao final das coletas foram identificados 5.164 ácaros pertencentes a 15 espécies e morfoespécies, distribuídos em 10 famílias (Acaridae, Cheyletidae, Eriophyidae, Eupalopsellidae, Phytoseiidae, Tarsonemidae, Tetranychidae, Tydeidae, Siteroptidae e Stigmaeidae). Tydeus linarocatus, ácaro predador/fungívoro foi a espécie mais abundante sendo considerada constante e eudominante. A distribuição de abundância das espécies dos ácaros se ajustou à Série Geométrica. Os índices evidenciaram baixa diversidade e baixa similaridade entre as espécies presentes nas diferentes variedades, entretanto a similaridade foi alta em relação ao número de indivíduos. Apenas Daidalotarsonemus sp. apresentou correlação positiva com as temperaturas máximas e mínimas. Foram registradas 388 cochonilhas, pertencentes a três espécies pertencentes à Coccidae (S=1) e Diaspididae (S=2). A diversidade e a similaridade foram baixas na comunidade de cochonilhas. Não foram encontradas correlações significativas na abundancia entre as comunidades ácaros predadores e a comunidade de cochonilhas, entretanto, foram observados indivíduos de T. linarocatus alimentando-se de Saissetia coffea.

Olive growing is an expanding activity in Rio Grande do Sul and is concentrated mainly on Central Depression and Pampa Biome in the south half of state. Phytophagous mites and scale insects have been associated with olive groves, including species of economic importance. Predator mites are natural enemies of species of both groups of these pest organisms. This work aimed to identify mite and scale insects communities present in three olive varieties (Olea europaea L.) in Barra do Ribeiro, RS, analyzing ecological aspects of diversity, abundance, similarity and possible interactions between the two communities. Samplings were taken seasonally, one at each season of the year during the years 2016 and 2017. In each seasonal collection, four plants of each three olive tree varieties (Arbequina, Arbosana and Koroneiki) were randomly chosen and two branches, approximately 20 cm in length, were collected from each plant. At the end of the collections 5,164 mites belonging to 15 species and morphospecies distributed in 10 families (Acaridae, Cheyletidae, Eriophyidae, Eupalopsellidae, Phytoseiidae, Tarsonemidae, Tetranychidae, Tydeidae, Siteroptidae and Stigmaeidae) were identified. The predatory/fungivorous mite Tydeus linarocatus was the most abundant species being considered constant and eudominant. The abundance distribution of mite species adjusted to the Geometric Series. Low diversity and low similarity among the species present in the different varieties were evidenced, however the similarity was high in relation to the number of individuals. Only Daidalotarsonemus sp. presented a positive correlation with the maximum and minimum temperatures. A total of 388 scale insects belonging to three species of Coccidae (S=1) and Diaspididae (S=2) were recorded. The diversity and similarity were low in the community of scale insects. No significant correlations were found between abundance of the predatory mite communities and the scale insects community. However, individuals of T. linarocatus were observed feeding on Saissetia coffea.