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dc.contributor.advisorDoll, Johannespt_BR
dc.contributor.authorSchmitz, Natália Viega de Souzapt_BR
dc.date.accessioned2021-04-14T04:26:02Zpt_BR
dc.date.issued2020pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/219831pt_BR
dc.description.abstractNas últimas décadas, as políticas econômicas ampliaram o poder de compra da população através do crédito, encorajando o consumo mesmo sem dinheiro, por meio de uma promessa de dívida. Esse contexto facilitou o acesso a bens e serviços e provocou o endividamento, pois boa parte dos consumidores não está preparada para discernir sobre as relações de consumo, além de ser persuadida a consumir incessantemente. Percebemos também a emergência dos idosos como público potencial para o consumo, pela estabilidade de seus rendimentos, tornando-se um atrativo para as empresas e bancos. Entretanto, os idosos fazem parte de um público especialmente vulnerável nas relações de consumo, e com o marketing agressivo acrescido do abuso dos bancos, emerge o fenômeno do endividamento de idosos. Nesta dissertação tivemos o objetivo de analisar como idosas do Rio Grande do Sul com problemas financeiros lidam com as suas finanças. Desenvolvemos uma pesquisa qualitativa de campo junto a grupos de convivência de idosos do Sesc-RS e da FASC. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados a partir da análise de conteúdo. Foram analisadas entrevistas de 10 idosas, residentes em quatro cidades do estado: Bagé, Caxias do Sul, Passo Fundo e Torres. Identificamos três categorias para a discussão: a) Como as idosas aprenderam a lidar com o dinheiro; b) Como se desencadeiam processos de endividamento; e c) Como as idosas gerenciam as finanças. Na análise utilizamos como referenciais teóricos da área da educação as ideias de Peter Jarvis e Paulo Freire. Foi possível compreender que as idosas aprenderam a lidar com o dinheiro na vida adulta por meio de experiências como o trabalho, a composição de rendas e escolhas financeiras trazidas como “levar na cabeça” (experiência de disjuntura). O endividamento revelou-se reflexo de uma realidade complexa, marcada pela desigualdade social. Observamos certa dificuldade para o aprofundamento do tema nas entrevistas, na multiplicidade de razões apresentadas estiveram presentes: a insuficiência econômica, gastos imprevistos com a saúde, a adesão ao crédito consignado, o consumismo e a ajuda a terceiros. No que tange ao gerenciamento de suas finanças, verificamos que as idosas utilizam diferentes práticas: contar com o auxílio de terceiros, utilizar o dinheiro de acordo com as necessidades de subsistência, fazer compras à vista e em promoções, cortar gastos, atrasar pagamentos e comprar de forma parcelada. Ademais, sobre o futuro das finanças, ficou evidente o desejo de investirem em viagens como forma de fruir o tempo presente e a intenção de ter as finanças organizadas. Frente a isso, evidenciamos a necessidade de implementação de políticas públicas que criem condições necessárias para uma relação mais saudável dos idosos com as suas finanças, e ofereçam outros mecanismos de proteção contra o endividamento. Por fim, a educação financeira deve constituir-se como prática inclusiva, de promoção da cidadania, ampliando a capacidade dos idosos para a leitura crítica do mundo em que vivem, instrumentalizando-os para tomar decisões financeiras. Dessa forma, ultrapassando a perspectiva individualizante e culpabilizadora sobre o endividamento, de forma atenta à complexidade das relações humanas, nas quais há múltiplos interesses.pt_BR
dc.description.abstractIn the last decades, economic policies have increased the purchasing power of the population through credit, encouraging consumption even without money and generating debts to be repaid. This context facilitated access to goods and services and caused indebtedness, since most customers are not prepared to fully understand the consumption processes and are constantly persuaded to consume incessantly. We also noticed the emergence of the elderly as a potential target group for consumption, due to the stability of their income. Therefore this group of people became very attractive to companies and banks. However, the elderly are especially vulnerable in the relations and processes involved in consumption, even more when the aspects of aggressive marketing and bank malpractices are considered. As a consequence, we observe the phenomenon of indebtedness of the elderly. In this dissertation we aimed at analyzing how elderly people with financial problems deal with their finances in Rio Grande do Sul. We developed a qualitative field research with groups of elderly people taking part in projects of coexistence from Sesc-RS and FASC. Data was collected through semi-structured interviews and analyzed based on content analysis. The participants were 10 elderly women living in different cities of the state, Bagé, Caxias do Sul, Passo Fundo and Torres. Through content analysis we identified 3 categories for the discussion: a) How elderly women learned to deal with money; b) How indebtedness processes occur; c) How elderly women manage their finances. In the analysis we used as theorical references Peter Jarvis and Paulo Freire. Hence, it was possible to understand that these elderly women learned to deal with money in their adult lives through experiences such as work, the combination of different incomes and bad financial choices, which are understood as mistakes that taught them a lesson. Indebtedness was exposed as a reflection of a complex reality marked by social inequality. We experienced a certain difficulty to deepen the discussions in the interviews. Among the multiple reasons presented for this difficulty are: insufficient financial resources, unexpected health expenditures, payroll loans, consumerism and financial support to others. In relation to their personal financial management, we found out that the elderly women use different practices: they rely on the support from others, spend money according to their subsistence needs, make cash payments and purchase discounted goods and services. They also cut expenses, delay payments and buy in installments. Furthermore, they expressed the wish of investing in travels as a way of enjoying the present, and the intention of organizing their finances. In light of this reality, we highlight the need for public policies that create the necessary conditions for a healthier relationship between the elderly and their finances, as well as offering other mechanisms to protect against indebtedness. Finally, financial education must become an inclusive practice, capable to promote citizenship and expand the elderly’s capacity of critical thinking and judgment in relation to financial matters. Thus, they can overcome the individualizing and blaming perspective on indebtedness, paying attention to the complexity of human relations, in which multiple interests are present.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectAgingen
dc.subjectEnvelhecimentopt_BR
dc.subjectIndebtednessen
dc.subjectEndividamentopt_BR
dc.subjectFinançaspt_BR
dc.subjectEducationen
dc.subjectSubjetividadept_BR
dc.subjectFinancesen
dc.subjectEducação de jovens e adultospt_BR
dc.titleComo idosas do Rio Grande do Sul com problemas financeiros lidam com suas finançaspt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
dc.identifier.nrb001124295pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Educaçãopt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Educaçãopt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2020pt_BR
dc.degree.levelmestradopt_BR


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