Associação entre a duração do aleitamento materno e o comportamento alimentar na primeira infância : coorte IVAPSA
Fecha
2020Autor
Co-director
Nivel académico
Maestría
Tipo
Materia
Resumo
Introdução: A Organização Mundial da Saúde recomenda que a amamentação exclusiva seja mantida até o sexto mês de vida e complementada até o segundo ano ou mais, baseada nas evidências científicas que apresentam os benefícios do aleitamento materno. Segundo estudos epidemiológicos, o aleitamento parece influenciar as preferências alimentares, elementos importantes do comportamento alimentar. É caracterizado como um comportamento complexo, correspondendo à maneira como um indivíduo se relaciona c ...
Introdução: A Organização Mundial da Saúde recomenda que a amamentação exclusiva seja mantida até o sexto mês de vida e complementada até o segundo ano ou mais, baseada nas evidências científicas que apresentam os benefícios do aleitamento materno. Segundo estudos epidemiológicos, o aleitamento parece influenciar as preferências alimentares, elementos importantes do comportamento alimentar. É caracterizado como um comportamento complexo, correspondendo à maneira como um indivíduo se relaciona com a alimentação, formado por uma rede multifacetada de influências genéticas e ambientais que – quando disfuncionais – conseguem provocar prejuízos à saúde. Este estudo teve como objetivo investigar a prática do aleitamento materno como um fator influenciador do comportamento alimentar infantil. Métodos: Estudo observacional longitudinal, composto por duplas mãe-filho, recrutadas em hospitais públicos de Porto Alegre, de 2011-2016 e reavaliadas em 2017-2019. Os dados sobre aleitamento materno foram coletados na primeira etapa do estudo. O comportamento alimentar foi avaliado entre os três a cinco anos de idade, por meio do protocolo Children’s Eating Behaviour Questionnaire. Esse é divido em oito subescalas e agrupa esses estilos alimentares em interesse e desinteresse por comida, sendo que o interesse está associado ao excesso de peso/obesidade, e o desinteresse por comida à seletividade alimentar. Resultados: Participaram das análises 107 duplas mãe-filho. Não foram encontradas diferenças significativas entre as características maternas dos sujeitos que participaram ou não da segunda fase. Em relação à amostra infantil, 56,1% (n = 60) eram do gênero feminino e 52,3% (n = 56) tinham cinco anos de idade. Dos participantes, 98,1% (n = 105) foram amamentados nos primeiros dias de vida, com duração mediana de 420 dias (14 meses); entretanto, 46,7% (n = 50) receberam fórmula infantil em algum momento do primeiro semestre. Houve correlação positiva significativa nas subescalas resposta à comida (p = 0,043), sobreingestão emocional (p = 0,038) e desejo de beber (p = 0,044) e o estado nutricional atual da criança. Houve associação significativa entre menor pontuação no domínio de “interesse por comida”, do comportamento alimentar, e a duração de aleitamento materno total maior de seis meses (p = 0,033), bem como com a duração do aleitamento materno exclusivo maior do que três meses (p = 0,001). Com o uso de modelo de regressão 8 linear, confirmou-se a relação entre a duração da amamentação e o escore do domínio após os ajustes para variáveis como gênero, renda, número de gestações, idade e índice de massa corporal da criança. Observou-se que o aumento de um dia no aleitamento materno total e no aleitamento materno exclusivo foi associado a uma diminuição no escore total do domínio de “interesse por comida” de -0,044 ([IC 95%: -0,08; -0,01]; p = 0,027 e [IC 95%: -0,08; -0,01]; p = 0,010, respectivamente). Conclusão: A duração do aleitamento materno total e exclusivo está relacionada com o comportamento alimentar infantil à proporção que um maior período de aleitamento constitui um fator protetor contra atitudes que refletem “interesse por comida”. ...
Abstract
Introduction: The World Health Organization recommends that exclusive breastfeeding be maintained until the sixth month of life and supplemented until the second year or more, based on the innumerable scientific evidence showing the benefits of breastfeeding. According to epidemiological studies, breastfeeding seems to influence dietary preferences, which are important elements of eating behavior. It’s characterized a complex behavior, corresponding to the way an individual relates to food, for ...
Introduction: The World Health Organization recommends that exclusive breastfeeding be maintained until the sixth month of life and supplemented until the second year or more, based on the innumerable scientific evidence showing the benefits of breastfeeding. According to epidemiological studies, breastfeeding seems to influence dietary preferences, which are important elements of eating behavior. It’s characterized a complex behavior, corresponding to the way an individual relates to food, formed by a multifaceted network of genetic and environmental influences, which when dysfunctional, can cause harm to health. This study aims to investigate the practice of breastfeeding an influencing factor in infant feeding behavior. Methods: Longitudinal observational study, composed of children and their mothers, taken from public hospitals in Porto Alegre, from 2011-2016 and reevaluated in 2017-2019. Data on breastfeeding were collected in the first stage of the study. Eating behavior was assessed between 3 and 5 years of age, using the “Children’s Eating Behaviour Questionnaire” protocol. Which is divided into 8 subscales and groups these food styles in interest and disinterest in food, with interest in food being associated with overweight/obesity and disinterest in food with food selectivity. Results: A total of 107 mother-child pairs participated in the analyses. No significant differences were found between the maternal characteristics of subjects who participated or not in the second phase. Regarding the child sample, 56.1% (n = 60) were female and 52.3% (n = 56) were five years old. Among the participants, 98.1% (n = 105) were breastfed during the first days of life, with a median duration of 420 days (14 months), however, 46.7% (n = 50) received infant formula in some moment in first semester. There was a significant positive correlation in the “food responsiveness” (p = 0.043), “emotional overeating” (p = 0.038) and “desire to drink” (p = 0.044) subscales and the child's current nutritional status. There was a significant association between lower scores in the “interest in food” domain, eating behavior, and duration of total breastfeeding greater than six months (p = 0.033), as well as duration of exclusive breastfeeding greater than three months (p = 0.001). Using the linear regression model, we confirmed the relationship between breastfeeding duration and domain score, after adjustments for variables such as gender, income, number of pregnancies, age and child’s body mass index. A one-day 10 increase in total breastfeeding and exclusive breastfeeding was found to be associated with a decrease in the total score for the "food interest" domain of -0.044 ([95% CI: -0.08; -0.01], p = 0.027 and [95% CI: -0.08; -0.01]; p = 0.010, respectively). Conclusion: The duration of total and exclusive breastfeeding is related to infant feeding behavior, whereas a longer period of breastfeeding is a protective factor against attitudes that reflect “interest in food”. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde.
Colecciones
-
Ciencias de la Salud (9127)
Este ítem está licenciado en la Creative Commons License