Algumas contribuições da militância estudantil para a formação docente na educação básica

Abstract

Este estudo surgiu a partir da minha experiência como estudante ao longo da graduação em Pedagogia, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FACED/UFRGS). Ao tornar-me militante do Diretório Acadêmico desta instituição percebi que as diversas aprendizagens que construía, enquanto discente do Curso, eram (re)significadas no momento em que os conhecimentos acadêmicos e a militância dialogavam formando nexos entre si. Busquei, então, descobrir se a participação dos sujeitos educandos, no Diretório Acadêmico da FACED, contribui para uma formação docente humana e emancipadora. Para tanto retomei as leituras de FERREIRA (2004), SILVA (2009), MORAES (2011) e TUCKMANTEL (2002). Para obter dados que corroborassem, ou não, com minha percepção, encaminhei, por meio eletrônico, questões relacionadas ao tema investigado para estudantes do Curso, militantes e ex-militantes. Como principais resultados desta busca, constatei: i) que o Curso, no atual contexto, não possibilita aos estudantes militantes um aprofundamento dos conhecimentos e das habilidades necessários à sua futura atuação, levando-os a outras buscas e experiências que se agreguem à sua formação; ii) que a formação política que se deu no Diretório Acadêmico facilitou a construção de nexos entre teoria e prática; e iii) que a partir da militância estudantil os sujeitos (re)significam a educação e a assumem a partir de uma perspectiva emancipatória. Considero que este tema, por ser tão pouco discutido, precisa ainda de maior investigação e debruçamento. Este estudo deseja ser apenas um ponto de partida para maiores reflexões.