Acerca de um analogon de esquem no uso regulativo das ideias

Abstract

Tese de doutorado que trata sobre o analogon de esquema no uso regulativo das ideias da razão exposto no apêndice à Dialética transcendental da Crítica da razão pura. A partir da análise da literatura secundária, verifica-se que há um problema interpretativo sobre qual é o tipo de validade (subjetiva ou objetiva) que deve ser atribuído ao princípio da unidade sistemática apresentado no apêndice à Dialética transcendental. A proposta deste trabalho consiste em oferecer uma interpretação conciliadora de acordo com a qual há a passagem de uma validade subjetiva para uma validade objetiva, mas indeterminada. Esta proposta passa justamente pelo tratamento do elemento indispensável para garantir a validade objetiva da unidade sistemática sem cair no risco de tornar tal princípio constitutivo, a saber, o analogon de esquema. Tomando como fio condutor a relação de analogia entre entendimento e razão, mostra-se que a ideia deve desempenhar um papel análogo ao esquema da sensibilidade de forma a garantir a máxima unidade sistemática possível. A ideia desempenha este papel na medida em que se comporta como o conceito mais geral de todos, ou seja, como se fosse uma espécie de gênero supremo. Ao mesmo tempo, a ideia deve ser tomada ela mesma como um objeto (mas apenas na ideia), a saber, como se fosse o objeto originário (fundamento) a partir do qual as demais coisas têm sua origem. O trabalho é finalizado com a apresentação pormenorizada de como as ideias de alma e de Deus desempenham de forma concreta o papel de analogon de esquema na unificação sistemática de cada um dos respectivos setores.

Dissertation that deals with the analogue of schema in the regulative use of the ideas of reason presented in the appendix to the Transcendental Dialectic of the Critique of Pure Reason. Based on the analysis of secondary literature, it is clear that there is an interpretative problem regarding what type of validity (subjective or objective) should be attributed to the principle of systematic unity presented in the appendix to the Transcendental Dialectic. The proposal of this work consists of offering a conciliatory interpretation according to which there is a transition from a subjective validity to an objective, but undetermined, validity. This proposal involves precisely the treatment of the indispensable element to guarantee the objective validity of systematic unity without running the risk of making such a principle constitutive, namely, the analogue of schema. Taking as a guiding thread the relationship of analogy between understanding and reason, it is shown that the idea must play a role analogous to the schema of sensibility in order to guarantee the maximum possible systematic unity. The idea plays this role to the extent that it functions as the most general concept of all, that is, as if it were a kind of supreme genus. At the same time, the idea itself must be taken as an object (but only in the idea), namely, as if it were the original object (ground) from which all other things have their origin. The work ends with a detailed presentation of how the ideas of soul and God concretely play the role of analogue of schema in the systematic unification of each of the respective sectors.