Saúde mental do estudante universitário : associação entre sintomas depressivos e vivências acadêmicas

Abstract

Algumas vivências no ensino superior podem se configurar uma fonte de estresse para estudantes e estabelecer ou agravar problemas de saúde mental. Este trabalho buscou verificar as relações entre as vivências na universidade, sintomas depressivos, estratégias de enfrentamento e apoio social. A dissertação é dividida em dois estudos, o primeiro, de caráter teórico, aborda a relação entre vivências acadêmicas e a sintomatologia depressiva. O segundo, de caráter empírico e quantitativo transversal, buscou averiguar as relações entre sintomatologia depressiva e vivências acadêmicas, estratégias de coping e apoio social. Nesse estudo participaram 150 estudantes universitários. Eles responderam um questionário online com os instrumentos PHQ-9, MOS-SSS, QVA-R, EMEP e uma ficha de dados sociodemográficos. Como principais resultados da dissertação, observou-se que sono, renda e as dimensões estudo e interpessoal das vivências acadêmicas apresentaram maior relação com os sintomas depressivos, e apoio social e o uso de estratégias de enfrentamento demonstraram efeitos de mediação parcial na relação entre as vivências acadêmicas e os sintomas depressivos. A percepção de maior apoio e o uso de estratégias voltadas à resolução de problemas se mostraram fatores de proteção contra o desenvolvimento de sintomas depressivos, enquanto o uso de estratégias de enfrentamento voltadas à emoção, pode ser um fator de risco para desenvolvimento ou agravamento de sintomatologia depressiva em estudantes. As vivências na universidade estão relacionadas à sintomatologia depressiva em estudantes. O apoio social e as estratégias de enfrentamento são alvos importantes de avaliação e intervenção como forma de promoção e prevenção em saúde mental no contexto universitário.

Some experiences in higher education can be a source of stress for students and can lead to or worsen mental health problems. This study sought to verify the relationships between university experiences, depressive symptoms, coping strategies, and social support. The dissertation is divided into two studies: the first, theoretical, addresses the relationship between academic experiences and depressive symptoms. The second, empirical and quantitative and, cross-sectional, sought to investigate the relationships between depressive symptoms and academic experiences, coping strategies, and social support. A total of 150 university students participated in this study. They answered an online survey with the instruments PHQ-9, MOS-SSS, QVA-R, EMEP, and a sociodemographic data form. The main results of this dissertation were that sleep, income, and the study and interpersonal dimensions of academic experiences were more closely related to depressive symptoms, and social support and the use of coping strategies demonstrated partial mediation effects in the relationship between academic experiences and depressive symptoms. The perception of greater support and the use of problem-solving strategies were shown to be protective factors against the development of depressive symptoms, while the use of emotion-oriented coping strategies may be a risk factor for the development or worsening of depressive symptoms in students. University experiences are related to depressive symptoms in students. Social support and coping strategies are important targets for assessment and intervention as a way of promoting and preventing mental health in the university context.