[As dores] crônicas ideológicas : o contemporâneo da ideologia
Visualizar/abrir
Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
A afirmação do “fim da ideologia” não é uma novidade nem mesmo uma exclusividade de nosso tempo. No entanto, em seus ecos inquietantes, ela ressoa de diversas maneiras distintas no contemporâneo, operando o juízo de que os alienados são os outros. Nessa atualização constante, a ideologia pulsa em um duplo sentido: como significante e como força material. Por ser uma dimensão que parece se afirmar e sustentar através de sua negação, requer algumas abstrações reflexivas. Para isso, esta tese prop ...
A afirmação do “fim da ideologia” não é uma novidade nem mesmo uma exclusividade de nosso tempo. No entanto, em seus ecos inquietantes, ela ressoa de diversas maneiras distintas no contemporâneo, operando o juízo de que os alienados são os outros. Nessa atualização constante, a ideologia pulsa em um duplo sentido: como significante e como força material. Por ser uma dimensão que parece se afirmar e sustentar através de sua negação, requer algumas abstrações reflexivas. Para isso, esta tese propõe a escrita das [dores] crônicas [ideológicas] de nosso tempo, as quais buscam reconhecer e refletir não apenas sobre nós na ideologia, mas sim sobre a ideologia em nós. Essa inversão na ordem das palavras denuncia o inapreensível de toda organização social e subjetiva. Por isso não nos preocupamos com uma definição exata da palavra, mas justamente o contrário: ao cartografar suas diferentes variações e desdobramentos, deslizamos parcialmente pelas distintas (in)definições do próprio conceito. Com isso, percebemos a complexa trama que só existe nessa composição impossível, a qual permite tensionar sua própria existência no jogo que deixa cair por terra as pretensões de coerência teórico-conceituais. Reconhecer a nossa própria alienação – as intersecções de diferenças em suas incompletudes – é atuar em consequência política, é pensar movimentos de separação em relação ao hegemônico sem cair em uma metafísica que prega uma suposta exterioridade emancipatória. Se há um contemporâneo da ideologia, este se encontra nos paradoxos de sua própria condição significante não-toda. A ideologia, portanto, como parte constitutiva de nossa realidade fraturada e de nossa alienação nos meandros do mundo. Cabe lembrar que esta tese teve início junto com a pandemia causada pelo coronavírus e foi atravessada por inúmeros percalços dos movimentos políticos da época em questão. Pensando no anacronismo do tempo e numa ética do narrar e da memória, transitamos pelas tragédias e crônicas rodriguianas como um modo de resgate do atual que pulsa. Neste caso, a escrita das [dores] crônicas [ideológicas] são como um destilador do contemporâneo inapreensível que, na materialidade das palavras, coloca para jogo a nossa condição trágica: nós, os alienados, castos-obscenos da tragédia cotidiana. ...
Resumen
La afirmación del “fin de la ideología” no es una novedad y tampoco una exclusividad de nuestro tiempo. Sin embargo, en sus inquietantes ecos, resuena de varias maneras distintas en el contemporáneo, operando el juicio de que los alienados son los otros. En esta constante actualización, la ideología pulsa en un doble sentido: como significante y como fuerza material. Debido a que es una dimensión que parece afirmarse y sostenerse a través de su negación, requiere algunas abstracciones reflexiva ...
La afirmación del “fin de la ideología” no es una novedad y tampoco una exclusividad de nuestro tiempo. Sin embargo, en sus inquietantes ecos, resuena de varias maneras distintas en el contemporáneo, operando el juicio de que los alienados son los otros. En esta constante actualización, la ideología pulsa en un doble sentido: como significante y como fuerza material. Debido a que es una dimensión que parece afirmarse y sostenerse a través de su negación, requiere algunas abstracciones reflexivas. Para ello, esta tesis propone la escritura de las [dolores] crónicas [ideológicas] de nuestro tiempo, que buscan reconocer y reflexionar no sólo sobre nosotros en la ideología, sino sobre la ideología en nosotros. Esta inversión del orden de las palabras revela lo incomprensible de toda organización social y subjetiva. Por eso no nos preocupamos de una definición exacta de la palabra, sino precisamente de lo contrario: al mapear sus diferentes variaciones y desarrollos, deslizamos parcialmente por las diferentes (in)definiciones del concepto mismo. Con esto percibimos la trama compleja que sólo existe en esta imposible composición, lo que permite tensionar su propia existencia en el juego que deja caer por tierra las pretensiones de coherencia teórico-conceptuales. Reconocer nuestra propia alienación –las intersecciones de las diferencias en su carácter incompleto– es actuar en consecuencia política, es pensar en movimientos de separación en relación con lo hegemónico sin caer en una metafísica que predica una supuesta exterioridad emancipadora. Si hay un contemporáneo de la ideología, éste se encuentra en las paradojas de su propia condición significante no-toda. La ideología, por tanto, como parte constitutiva de nuestra realidad fracturada y de nuestra alienación en los meandros del mundo. Vale recordar que esta tesis comenzó con la pandemia provocada por el coronavirus y estuvo atravesada por las numerosas molestias en los movimientos políticos de la época en cuestión. Pensando en el anacronismo del tiempo y una ética de la narración y la memoria, recorremos las tragedias y crónicas rodriguianas como una forma de rescatar lo actual que pulsa. En este caso, la escritura de [dolores] crónicas [ideológicas] es como un destilador de lo contemporáneo inaprensible que, en la materialidad de las palabras, pone en juego nuestra condición trágica: nosotros, los alienados, castos-obscenos de la tragedia cotidiana. ...
Abstract
The statement of "the end of ideology‟ is not new or even something restricted to our time. However, in its disturbing echoes, it resonates in several different ways throughout the contemporary world, producing the judgment that the alienated are other people. In this constant actualization, ideology pulses in a double sense: as a signifier and as a material force. As it is a dimension that seems to assert and sustain itself through its denial, it requires some reflective abstractions. To this ...
The statement of "the end of ideology‟ is not new or even something restricted to our time. However, in its disturbing echoes, it resonates in several different ways throughout the contemporary world, producing the judgment that the alienated are other people. In this constant actualization, ideology pulses in a double sense: as a signifier and as a material force. As it is a dimension that seems to assert and sustain itself through its denial, it requires some reflective abstractions. To this end, this dissertation proposes a writing of the [ideological] chronic [pains] of our time, which seek to recognize and reflect not only upon us within ideology, but also on the ideology within us. This inversion of the word order reveals that which is inapprehensible in all social and subjective order. That is why we are not concerned with an exact definition of the word, but precisely with the opposite: when mapping its different variations and developments, we partially slip through the different (in)definitions of the concept itself. With this, we perceive the complex network that only exists in this impossible composition, which allows it to tension its own existence in the game that allows any pretensions of theoretical-conceptual coherence to be dismantled. To acknowledge our own alienation – the intersections of differences in their incompleteness – is to act in political consequence, is to think about movements of separation in relation to hegemony without falling back into a metaphysics that preaches a supposed emancipatory exteriority. If there is a contemporaneity of ideology, it is found in the paradoxes of its own condition as a not-all significant. Ideology, therefore, is a constitutive part of our fractured reality and of our alienation within the intricacies of the world. It is worth remembering that this dissertation began with the pandemic caused by the coronavirus and was intersected by numerous setbacks in the political movements of this period. While thinking about the anachronism of time and about a possible ethics of narration and memory, we strolled through the tragedies and chronicles of Nelson Rodrigues as a way of rescuing that which is currently pulsating. In this case, the writing of the [ideological] chronic [pains] is something like a distiller of the inapprehensible contemporary that, in the materiality of words, puts our tragic condition into play: we, the alienated, the chaste-obscene of the tragedy of everyday. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.
Coleções
-
Ciências Humanas (7478)
Este item está licenciado na Creative Commons License