O E-CNY na rota da seda digital : rompimento com o poder estrutural do dólar?

Abstract

O surgimento das Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs) tornou-se um ponto central nas discussões sobre as potenciais transformações na competição de moedas dentro do Sistema Monetário e Financeiro Internacional (SMFI). As CBDCs, como uma manifestação digital de moeda fiduciária, vão além de uma simples representação, englobando uma reestruturação mais ampla das estruturas de dados e serviços financeiros, tanto nacional quanto globalmente. A liderança da China no desenvolvimento de sua CBDC, o Iuane Digital (e-CNY), sugere mais do que uma representação digital de sua moeda fiduciária, podendo sinalizar um movimento estratégico para remodelar o SMFI. Este estudo foca na CBDC da China, explorando sua relação com a iniciativa da Rota da Seda Digital (RSD). A RSD, iniciada em 2017, alinha o governo chinês com empresas de internet para expandir mercados por meio de tecnologias de informação e comunicação. Esse movimento estratégico poderia capacitar atores privados a desempenhar um papel central na promoção do RMB internacionalmente, introduzindo uma nova dimensão à internacionalização monetária. A hipótese inicial sugere que a China emprega estrategicamente a RSD para avançar em seus objetivos políticos, com o Iuane Digital acelerando ambições de internacionalizar sua moeda. A segunda hipótesedesafia noções convencionais de internacionalização monetária, enfatizando lacunas na literatura relacionadas ao papel do setor privado, tecnologia e sua interconexão com o poder estrutural. Nesse sentido, o objetivo principal é realizar uma análise do e-CNY dentro da RSD, avaliando seu potencial para remodelar o poder estrutural do dólar americano internacionalmente. Objetivos específicos são colocados da seguinte forma: a) conceituar a moeda como uma representação do poder estatal; b) entender as assimetrias na internacionalização monetária; c) explorar o papel do poder estrutural e, por último, d) examinar o papel da Rota da Seda Digital na expansão da CBDC chinesa.

The rise of Central Bank Digital Currencies (CBDCs) has become a focal point in discussions about potential transformations in currency competition within the International Monetary and Financial System (IMFS). CBDCs, as a digital manifestation of fiat currency, extend beyond a mere representation, encompassing a broader restructuring of data structures and financial services domestically and globally. China's leadership in the development of its CBDC, the Digital Yuan (e-CNY), suggests more than a digital representation of its fiat currency, potentially signaling a strategic move to reshape the IMFS. This study focuses on China's CBDC, exploring its relationship with the Digital Silk Road initiative (RSD). The RSD, initiated in 2017, aligns the Chinese government with internet companies to expand markets through information and communication technologies. This strategic move could empower private actors to play a central role in promoting the RMB internationally, introducing a new dimension to monetary internationalization. The hypothesis suggests China strategically employs the RSD to advance its political objectives, with the Digital Yuan accelerating ambitions to internationalize its currency. Moreover, the study argues that the focus goes beyond the digital currency; the RSD acts as pre-existing infrastructure strengthening ongoing efforts to internationalize the RMB. The second hypothesis challenges conventional notions of monetary internationalization, emphasizing gaps in the literature related to the role of the private sector, technology, and their interconnection with structural power. In this sense, the overarching aim is to conduct an analysis of the e-CNY within the RSD, assessing its potential to reshape the structural power of the US dollar internationally. Specific objectives are posed as it follows: a) to include conceptualizing currency as a representation of state power; b) to understand the asymmetries in currency internationalization; c) to explore the role of structural power, and lastly, d) toexamine the Digital Silk Road's rolein the expansion of the Chinese CBDC.