Educação ambiental crítica na formação de professores de Física

Abstract

O presente trabalho está fundamentado na Educação Ambiental numa perspectiva crítica que assume a abordagem da ecologia marxista (BOMFIM, 2011), integrando um quadro de referenciais teóricos da área ambiental, da educação, da política e da economia. De acordo com a perspectiva da ecologia marxista, é necessário uma ruptura com o paradigma tecnológico da indústria moderna (LÖWY, 2014), a fim de que a sociedade se reoriente para uma integração com a natureza, pois os limites ecológicos não suportarão o crescimento econômico buscado pela ganância das nações industrializadas. A Educação Ambiental Crítica (EAC) tem sido precursora em denunciar contradições presentes nas propostas apresentadas para sanar os problemas ambientais e, que, articuladas com os movimentos pela justiça ambiental, propõem que o estudante perceba que os grandes responsáveis pelos danos ambientais são, hoje, as indústrias e instituições públicas. Para além do protagonismo da EAC, o conjunto de práticas necessárias para uma educação emancipadora (FREIRE, 2014) deve ser um compromisso de todas as áreas do conhecimento. A fim de superar a visão fragmentada que se tem da realidade, busca-se articular aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais ao ensino de física, na implementação de uma proposta formativa para futuros professores de física. O estudo objetiva compreender os dados discursivos coletados, a partir do pensamento do círculo de Bakhtin, em especial, analisar enunciados dos professores em formação, a respeito de uma proposta pedagógica com enfoque ambiental que possa vir a dialogar com a perspectiva Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS). Nesse sentido, o trabalho investiga, a partir dos enunciados proferidos pelo professor e pelos estudantes, como se dá o processo de apropriação crítica de tópicos ambientais integrados ao ensino de Física. Numa perspectiva de transformação dos sujeitos sociais, a ideia é formar licenciandos em Física engajados na construção coletiva de um mundo que rompa com o paradigma capitalista do desenvolvimento e que passe a se orientar pela EAC.

The present work is based on Environmental Education in a critical perspective that assumes the approach of Marxist Ecology (BOMFIM, 2011), integrating a framework of theoretical references from the environmental, education, politics and economics. According to the perspective of Marxist ecology, a rupture with the technological paradigm of modern industry is necessary (LÖWY, 2014), so that society reorients itself towards an integration with nature, since the ecological limits will not support the growth sought by the greed of the industrialized nations. Critical Environmental Education (EAC) has been a pioneer in denouncing contradictions present in the proposals presented to remedy environmental problems and, which, articulated with the movements for environmental justice, propose that the student realize that those responsible for environmental damage are, today, caused by industries and public institutions. In addition to EAC's leading role, the set of practices necessary for an emancipatory education must be a commitment from all areas of knowledge. In order to overcome the fragmented view of reality, we seek to articulate social, economic, political and cultural aspects to physics teaching, in the implementation of a training proposal for future physics teachers. The study will try to understand the collected discursive data, based on the thought of Bakhtin's circle, in particular, to analyze statements from teachers in training, regarding a pedagogical proposal with an environmental focus that may come to dialogue with the Science-Technology-Society perspective (CTS). In this sense, the work investigates, based on statements made by the professor and the students, how the process of critical appropriation of environmental topics integrated into the teaching of Physics takes place. From a perspective of transformation of social subjects, the idea is to form graduate students in physics engaged in the collective construction of a world that breaks with the capitalist paradigm of development and that starts to be guided by EAC.