Indicadores sintéticos de desenvolvimento em espaços rurais e urbanos : Rio Grande do Sul

Abstract

O presente trabalho é um estudo que busca investigar a relação existente entre municípios rurais e urbanos do Rio Grande do Sul a partir de dados censitários que versam sobre aspectos constituintes das análises de desenvolvimento humano. Para esse estudo, convocamos os autores Sen (2000), Veiga (2001), Schneider (2004) e Favareto (2009), especialistas na área de desenvolvimento que contribuem de forma contundente para a pesquisa. O cerne deste trabalho foi a busca por responder se a classificação oficial dos municípios elaborada pelo IBGE compreende as dimensões rurais do estado, e desconstruir a máxima sociológica brasileira de que o rural é atrasado e o urbano desenvolvido. Como unidade comparativa foi utilizada a classificação alternativa dos municípios de Mallmann, uma vez que existe a hipótese de que os municípios rurais, a partir dessa classificação melhoram suas posições de desenvolvimento em relação aos critérios do IBGE. Foram selecionados como indicadores de desenvolvimento: o PIB, o IDHM, o IDESE e o Índice de Acesso, criado especificamente para essa pesquisa. Os dados foram analisados quantitativamente através do Software Estatístico (SPSS): a distribuição de frequência, o cálculo da diferença de média para diferentes amostras a partir de teste para diferença de médias, análises de variância e análises de regressão linear. Como resultados desta investigação temos que municípios classificados como rurais não possuem indicadores de desenvolvimento baixos, pelo contrário, em muitos casos foi observado equivalência entre municípios urbanos e rurais. Além disso, constata-se que a classificação do IBGE é limitada, uma vez que quando utilizada, municípios rurais tendem a ter indicadores inferiores a municípios urbanos. O Índice de Acesso revelou que a disponibilidade de serviços de saúde e educação é insuficiente, uma situação que pode ser atribuída ao enfraquecimento das políticas públicas destinadas às populações rurais no estado do Rio Grande do Sul.

The present research is a study that aims to investigate the relationship between rural and urban municipalities in the Rio Grande do Sul, based on census data that address constituent aspects of human development analyses. For this study, we have enlisted the contributions of authors Sen (2000), Veiga (2001), Schneider (2004), and Favareto (2009), who are experts in the field of development and make substantial contributions to the research. The core of this work was the quest to answer whether the official classification of municipalities elaborated by IBGE encompasses the rural dimensions of the state and to deconstruct the Brazilian sociological maxim that rural areas are backward while urban developed areas. As a comparative unit, Mallmann's alternative classification of municipalities utilized, as there is a hypothesis that rural municipalities, based on this classification, improve their development positions about IBGE criteria. Development indicators selected for this study include PIB, IDH, IDESE, and the Access Index, created specifically for this research. The data were quantitatively analyzed using the Statistical Software (SPSS), including frequency distribution, calculation of mean differences for different samples using tests for mean differences, analysis of variance, and linear regression analysis. The results of this investigation indicate that municipalities classified as rural do not exhibit low development indicators; on the contrary, in many cases, equivalence was observed between urban and rural municipalities. Furthermore, it found that the IBGE classification is limited, as when used, rural municipalities tend to have lower indicators than urban municipalities. The Índice de Acesso revealed that the availability of health and education services is limited, a situation that can be attributed to the weakening of public policies aimed at rural populations in Rio Grande do Sul.