As manifestações de afeto nas relações professor-aluno em tempo de de distanciamento social : um estudo de casos múltiplos em 4. anos do ensino fundamental

Abstract

Esta pesquisa, para Trabalho de Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, objetivou compreender como as relações de afeto entre professores e alunos se manifestaram durante a pandemia de Covid-19 no contexto do ensino remoto. Embasada em autores das áreas da Psicologia e da Educação, sendo eles Henri Wallon, Lev Vygotsky e Paulo Freire, buscou, através de um estudo de casos múltiplos, identificar tais relações. Para isso, utilizou-se duas metodologias: um momento de “aula-conversa” (MELO, 2016) com estudantes entre 10 e 12 anos de duas turmas de quartos anos do ensino fundamental, e entrevistas individuais semiestruturadas com as respectivas professoras. A partir da análise do material empírico constituído da transcrição dos diálogos e entrevistas, assim como as produções imagéticas das crianças produzidas na aula-conversa, foi possível identificar: No caso 1 - Escola A: 1) A comparação das situações afetivas às relações familiares pelas crianças; 2) O entendimento da gestão de conflitos pela professora como situação afetiva; 3) Os pequenos gestos e atitudes cotidianas como práticas de afeto; e 4) A despedida de final de ano como rito em que se faz presente o contágio da emoção. No caso 2 - Escola B: 1) A dificuldade de conectividade e consequente falta de comunicação; e 2) A falta do sentimento de afeto uma vez que a afetividade se manifesta na cultura e interação. Como considerações finais, pondera-se sobre a diferença entre as práticas afetivas na escola pública e privada, em decorrência da disparidade do acesso à tecnologia e de recursos humanos.