Dos afetos em psicanálise
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Data
2022Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo central a discussão a respeito da noção de afeto na psicanálise oriunda do pensamento de Jacques Lacan, tendo em vista que ele recebeu uma crítica inicial de André Green de que a sua metapsicologia era fundada na exclusão explícita do afeto. Sendo assim, apresentamos inicialmente não só as justificativas fornecidas por Green para a produção de seu diagnóstico, como também tentamos indicar os limites envolvidos na sua própria compreensão a respeito da teoria ...
O presente trabalho tem como objetivo central a discussão a respeito da noção de afeto na psicanálise oriunda do pensamento de Jacques Lacan, tendo em vista que ele recebeu uma crítica inicial de André Green de que a sua metapsicologia era fundada na exclusão explícita do afeto. Sendo assim, apresentamos inicialmente não só as justificativas fornecidas por Green para a produção de seu diagnóstico, como também tentamos indicar os limites envolvidos na sua própria compreensão a respeito da teoria de Lacan. Sem dizer que Green está totalmente equivocado, buscamos examinar o que contribuiu em nível histórico para que Lacan não pudesse positivar um discurso fácil em torno do afeto na primeira década de seu ensino. Desse modo, exploramos comentários de Lacan em torno de alguns psicanalistas de sua época com o intuito de esclarecer como a clínica que advogava um horizonte analítico a partir do afeto acabou por produzir a imagem mais drástica contra a qual Lacan se rebelou, uma prática profundamente marcada por interpretações imaginárias. Para entender um pouco melhor como ele conseguiu tomar uma posição crítica diante desse fenômeno, passamos pelo problema do corpo na psicanálise lacaniana a fim de defender, entre outras coisas, que a crítica à dualidade imaginária só foi possível porque Lacan tinha em mente uma “falha” em nossa constituição corporal, a saber, que o eu é outro. Por fim, expomos as principais ideias de Lacan quando ele positiva um discurso sobre um afeto como a angústia para, além de responder à crítica de que negligenciava o afeto na experiência analítica, inventar um objeto negativo por excelência, o objeto a. Este último ponto colabora para que se indique que há todo um pensamento sobre a ação aglutinado na especulação lacaniana em torno da angústia. ...
Abstract
The present work has as its central objective the discussion about the notion of affect in psychoanalysis which comes from the thought of Jacques Lacan, considering that he had received an initial criticism from André Green that his metapsychology was founded on the explicit exclusion of affect. Therefore, we initially present not only the justifications provided by Green for the production of his diagnosis, but also try to indicate the limits involved in his own understanding of Lacan’s theory ...
The present work has as its central objective the discussion about the notion of affect in psychoanalysis which comes from the thought of Jacques Lacan, considering that he had received an initial criticism from André Green that his metapsychology was founded on the explicit exclusion of affect. Therefore, we initially present not only the justifications provided by Green for the production of his diagnosis, but also try to indicate the limits involved in his own understanding of Lacan’s theory. Without saying that Green is totally wrong, we seek to examine what contributed at a historical level so that Lacan could not positivise an easy discourse on affection in the first decade of his teaching. In this way, we explore Lacan’s comments about some psychoanalysts of his time in order to clarify how the clinic that advocated an analytical horizon based on affection ended up producing the most drastic image which Lacan rebelled against, a practice deeply marked by imaginary interpretations. To understand a little better how he managed to take a critical position in the face of this phenomenon, we go through the problem of the body in Lacanian psychoanalysis in order to defend, among other things, that the criticism of the imaginary duality was only possible because Lacan had in mind a “failure” in our bodily constitution, namely, that the ego is another. Finally, we expose Lacan’s main ideas when he positivises a discourse on an affect such as anguish to, in addition to responding to the criticism that he neglected affect in the analytic experience, invent an eminently negative object, the o-object (objet petit a). This last point collaborates to indicate that there is a whole thought about action agglutinated in the Lacanian speculation around anguish. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura.
Coleções
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Ciências Humanas (7479)
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