In search of a theoretical synthesis: Talcott Parsons and the theory of action

Abstract

A presente tese visa oferecer uma reconstrução teórica da teoria da ação, entendida aqui como uma espécie de quadro geral de referência, mas também como um programa de pesquisa nas ciências humanas. O problema de investigação aqui abordado é o de esclarecer sua extensão e seus limites. O argumento geral da tese é que esta tradição intelectual remonta mais longe do que Parsons imediatamente apontou em sua primeira tentativa de síntese, podendo ser retraçada em suas origens até a filosofia crítica de Kant; do ponto de vista de seus desenvolvimentos, ela se estende até a sociologia contemporânea, mas também encontra aí limites, que se devem a sua demasiada ênfase na divisão instrumental-normativa e acabam por requer assim algumas reformulações adicionais. A fim de sustentar este argumento, o presente trabalho é dividido em quatro capítulos: (1) o primeiro aborda a questão da metateoria a fim de situar os procedimentos e os objetivos da presente reconstrução; (2) o segundo trata das origens intelectuais da teoria da ação, que abrange as contribuições provenientes da sociologia clássica, especialmente Durkheim e Weber, e seu quadro de referência neokantiano; (3) o terceiro reconstrói com mais detalhes o desenvolvimento da primeira grande síntese da teoria da ação, a chamada teoria da ação "voluntarista", como proposta inicialmente por Talcott Parsons; (4) o quarto e último capítulo analisa alguns desenvolvimentos da teoria da ação e os desafios provenientes de debates recentes realizados por autores como Alexander, Münch, Joas e outros.

The present thesis aims to provide a theoretical reconstruction of the theory of action, understood here as a kind of general frame of reference, but also as a research program in the human sciences. The problem of investigation here addressed is that of clarifying the extension and limits of such theory. The general argument of the thesis is that this intellectual tradition goes back further than Parsons immediately pointed out during his first tentative synthesis and that it can be traced back at least as far as to Kant’s critical philosophy; from the point of view of its developments, it extends forward into contemporary sociology, but it also finds limits there due to its primary focus on the instrumental-normative divide, thus demanding some further reformulations. In order to support this argument the present thesis is divided into four chapters: (1) the first one addresses the issue of metatheory in order to situate the procedures and the goals of the present reconstruction; (2) the second one deals with the intellectual origins of the theory of action, which covers the contributions coming from classical sociology, especially Durkheim and Weber, and its Neokantian frame of reference; (3) the third one reconstructs in further details the development of the first major synthesis in the theory of action, the so-called “voluntaristic” theory of action, as first proposed by Talcott Parsons; (4) the fourth and last chapter analyzes some developments in action theory and the challenges coming from recent debates that were carried out by authors like Alexander, Münch, Joas and others.