Uma crítica à teoria de justiça de John Rawls sob a perspectiva da teoria da escolha racional

Abstract

O presente trabalho busca desenvolver uma crítica à teoria de justiça de John Rawls, na forma em que esta foi caracterizada em sua obra “Uma Teoria da Justiça”. Inicialmente, no primeiro capítulo, faz-se uma análise da chamada “teoria da escolha racional”, que é um modelo para a compreensão de comportamentos econômicos e sociais. Conceitos trabalhados neste capítulo serão relevantes para as críticas posteriores à teoria de Rawls. Em seguida, no segundo capítulo, é realizada uma breve reconstrução do raciocínio de Rawls para chegar aos seus princípios de justiça: ele imagina uma situação hipotética, chamada de “posição original”, em que várias pessoas idealmente racionais que não conhecem diversas características sobre si mesmas deliberam sobre os princípios de justiça que organizarão sua sociedade. A isonomia garantida por este processo deliberativo justificaria os princípios de justiça que Rawls afirma que elas escolheriam. Por fim, no terceiro capítulo, serão elencadas algumas críticas ao pensamento de Rawls, tanto de autoria do economista John Harsanyi quanto de autoria própria. Conclui-se que a teoria de justiça de Rawls, embora muito relevante e com diversos méritos, é passível de muitas críticas, o que faz com que tanto ela quanto o utilitarismo, considerado por Rawls seu principal adversário, sejam defensáveis.

The present work aims to develop a criticism of John Rawls’ theory of justice, as it was developed in his “A Theory of Justice”. Initially, in the first chapter, an analysis of the so called “rational choice theory”, which is a model for the comprehension of economical and social behavior, will be made. Concepts elaborated in this chapter will be relevant for the following criticisms to Rawls’ theory. Subsequently, in the second chapter, a brief reconstruction of Rawls’ reasoning to reach his principles of justice will be done: he imagines a hypothetical situation, known as the “original position”, in which many ideally rational people that don’t know various characteristics about themselves deliberate over the principles of justice that will organize their society. The isonomy guaranteed by this deliberative process would justify the principles of justice that Rawls says they would choose. Lastly, in the third chapter, a few criticisms of Rawls’ theory, both by John Harsanyi and myself, will be listed. It is concluded that Rawls’ theory of justice, although very relevant and with many merits, is liable to many criticisms, which makes it so that both it and utilitarianism, which Rawls considered its main adversary, are defensible.