Doença hiperprogressiva durante uso de pembrolizumabe em paciente com câncer retal avançado : relato de caso
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Data
2022Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Resumo
Introdução: Doença hiperprogressiva (HPD) é um fenômeno caracterizado pela rápida progressão tumoral em pacientes tratados com inibidores de checkpoint imunológico; seu mecanismo é desconhecido. Apresentação do caso: Feminino, 26 anos, branca, sem comorbidades, procurou atendimento médico por dor abdominal em 01/2018. Uma colonoscopia diagnosticou um adenocarcinoma retal. A doença foi estadiada como cT3cN2 com CEA elevado e foi tratada com TRC neoadjuvante. Na cirurgia, o estadiamento permanece ...
Introdução: Doença hiperprogressiva (HPD) é um fenômeno caracterizado pela rápida progressão tumoral em pacientes tratados com inibidores de checkpoint imunológico; seu mecanismo é desconhecido. Apresentação do caso: Feminino, 26 anos, branca, sem comorbidades, procurou atendimento médico por dor abdominal em 01/2018. Uma colonoscopia diagnosticou um adenocarcinoma retal. A doença foi estadiada como cT3cN2 com CEA elevado e foi tratada com TRC neoadjuvante. Na cirurgia, o estadiamento permaneceu o mesmo: ypT3ypN2b (estágio IIIC com K-RAS tipo selvagem e dMMR/MSI-H). Nenhuma variante patogênica foi identificada em um painel genético de 20 genes; portanto, o status dMMR/MSI-H representou uma mutação somática, e a paciente não foi diagnosticada com Síndrome de Lynch. Iniciado tratamento adjuvante com CAPOX; no entanto, apresentou progressão de doença após 2 ciclos em 07/2018 (novas lesões nos linfonodos pélvicos e na topografia do pâncreas). Após isso, foi tratada com FOLFIRI-Cetuximabe por 24 ciclos até nova progressão em 04/2020 (aumento da lesão pancreática; novos linfonodos e lesão óssea- escápula). À luz do status dMMR/MSI-H, Pembrolizumab foi iniciado. Após o primeiro ciclo de Pembrolizumabe em 04/2020, a lesão pancreática anterior de 82 mm foi posteriormente medida em 99x81 mm, juntamente com o agravamento da linfadenopatia. Pensava-se que era muito cedo para classificá-lo como falha do tratamento, então foram realizadas mais 2 doses até o agravamento da dor. Uma nova tomografia computadorizada revelou que a lesão pancreática foi medida em 162x125mm, a lesão anterior da escápula aumentou de 84x70mm para 125x96cm e todos os linfonodos aumentaram seus tamanhos; além disso, surgiu uma lesão pleural com invasão da caixa torácica. O tratamento foi descontinuado e a paciente recebeu os melhores cuidados de suporte, falecendo 2 meses após a suspensão do tratamento. Discussão: A paciente tinha mais de 2 sítios de doença metastática, mas nenhum outro fator de risco, como idade avançada e presença de variante patogênica genômica, tornando-se uma apresentação ainda mais atípica. Além disso, atendeu às definições mais aceitas de HPD em termos de taxa de crescimento tumoral (TGR), cinética de crescimento tumoral (TGK) e tempo até a falha do tratamento (TTF). Comentários finais: A melhor definição, patogênese e alguns fatores de risco para HPD, especialmente no câncer colorretal (CCR), permanecem desconhecidos, portanto, mais estudos são necessários nesta área. Ao nosso conhecimento este é um dos poucos casos de HPD em CCR avançado, particularmente em paciente jovem, em que se esperava tanto maior taxa de resposta ao tratamento quanto sobrevida. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Oncologia Clínica.
Coleções
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Ciências da Saúde (1492)
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