A polissemia do cuidado na saúde mental infantojuvenil
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Data
2020Autor
Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Assunto
Resumo
Nos cenários de trabalho da Saúde Mental Coletiva, nos deparamos com casos complexos que colocam questões em relação às demandas dos sujeitos e possibilidades de trabalho/direções do cuidado de cada serviço que as recebe. A partir de narrativas oriundas da experiência enquanto residente em Saúde Mental Coletiva - registros que retratam a invisibilidade e o não reconhecimento de (certas) infâncias e juventudes que chegam aos serviços - trago o conceito de polissemia do cuidado. Primeiramente, a ...
Nos cenários de trabalho da Saúde Mental Coletiva, nos deparamos com casos complexos que colocam questões em relação às demandas dos sujeitos e possibilidades de trabalho/direções do cuidado de cada serviço que as recebe. A partir de narrativas oriundas da experiência enquanto residente em Saúde Mental Coletiva - registros que retratam a invisibilidade e o não reconhecimento de (certas) infâncias e juventudes que chegam aos serviços - trago o conceito de polissemia do cuidado. Primeiramente, a polissemia faz referência ao fato de que o cuidado na saúde mental infantojuvenil pode - e deve - se constituir de muitas formas - o que é possível a partir do momento em que se entende o sofrimento e a produção de saúde como uma relação ética, política, estética e clínica. Diante disso, reafirmo a importância das políticas de acolhimento e reposicionamento do olhar para a leitura das demandas que chegam pelos sujeitos, bem como a consideração das relações transferenciais para pensar o cuidado e o vínculo. Nesse contexto, para que o cuidado tenha uma direção polissêmica, ampliando sentidos e produzindo deslocamentos, a organização e gestão dos processos de trabalho mostra-se fundamental: nas pactuações da própria equipe, na organização intersetorial e na atenção às questões transferenciais dos sujeitos com os serviços. Torna-se evidente, assim, que o cuidado polissêmico evidencia uma relação entre o singular e o caráter coletivo da perspectiva de sujeito, das possibilidades de cuidar - também pela via do que surge na cultura, na arte e no território - e da gestão do trabalho. Conclui que ter como direção a insistência em um cuidado polissêmico pode provocar um giro do cuidado fragmentado para a corresponsabilização dos atores e produção de novas aberturas e sentidos, legitimando novos territórios existenciais. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Curso de Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Coletiva.
Coleções
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Ciências Humanas (1949)
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