O papel da comunicação política na implementação da estratégia de defesa e segurança de Moçambique entre 1975-1985 : um estudo sobre a mobilização nacional perante a agressão externa

Abstract

Logo após tornar-se independente, Moçambique foi alvo de agressão externa dos países de minoria racial da Rodésia (atual Zimbabwe) e África do Sul, num período em que Moçambique ainda não tinha estabelecido sua estrutura e infraestrutura de defesa e segurança. Apesar de recém-nascido, Moçambique viu-se forçado a defender-se de Estados cuja superioridade militar o suplantavam. Moçambique enfrentou a agressão sem uma estratégia de defesa formalmente aprovada e pré-estabelecida. Perante a agressão, o país foi forçado a desenvolver medidas de defesa e segurança ad-hoc urgentes e imediatas. Neste âmbito, enquanto tentava construir a sua estrutura e infraestrutura de defesa, o governo usou a comunicação política para envolver toda a sociedade na construção de medidas defensivas, naquilo que constituiu o primeiro esforço de mobilização nacional contra a agressão estrangeira. Mesmo depois de construir suas estruturas de defesa formais e suas infraestruturas o governo continuou usando a comunicação política para promover medidas defensivas e mobilizar cidadãos e soldados para a postura combativa. A comunicação política foi, portanto, importante para criar e fortalecer as organizações de defesa, formais e/ou não formais, e na orientação estratégica. O principal objetivo deste estudo é precisamente, analisar o papel da comunicação política para a implementação da estratégia de defesa e segurança durante o período que o país foi alvo da agressão externa. Para descrever e explicar todo este processo histórico, o trabalho faz recorre aos métodos histórico e comparativo, recorrendo a técnica bibliográfica e documental. Para compreender o uso estratégico da comunicação política para a mobilização nacional foi usado o método de análise da comunicação política que resultou de uma construção metodológica a partir dos seus conceitos -chave.

Shortly after becoming independent, Mozambique was a target of external aggression from the racial minority countries of Rhodesia (now Zimbabwe) and South Africa, at a time when Mozambique had not yet established its defense and security structure and infrastructure. Despite being a newborn country, Mozambique was forced to defend itself from states whose military superiority superseded it. Mozambique faced aggression without a formally approved and pre-established defense strategy. In the face of aggression, the country was forced to develop urgent and immediate ad-hoc defense and security measures. In this context, while trying to build its defense structure and infrastructure, the government used political communication to involve the whole of society in the construction of defensive measures, in what constituted the first national mobilization effort against foreign aggression. Even after building its formal defense structures and infrastructures, the government continued to use political communication to promote defensive measures and to mobilize citizens and soldiers for a combative stance. Political communication was therefore important to create and strengthen defense organizations, formal and / or non-formal, and in defining the strategic direction. The main objective of this study is precisely to analyze the role of political communication for the implementation of the defense and security strategy during the period that the country was a target of external aggression. To describe and explain this entire historical process, the work uses historical and comparative methods, using bibliographic and documentary techniques. To understand the strategic use of political communication for national mobilization, the method of analysis of political communication that resulted from a methodological construction based on its key concepts was used.