Efeitos da separação materna na fase neonatal sobre a frustração em ratos
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Data
2020Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
A separação maternal é um modelo de estresse precoce que modifica parâmetros neurobiológicos a longo prazo levando a diferenças significativas nos estados emocionais. Um desses estados é possivelmente a frustração, um estado emocional negativo que pode estar envolvido com a vulnerabilidade ao desenvolvimento de alguns tipos de transtornos psiquiátricos. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da separação materna no período neonatal sobre a frustração em ratos adultos, considerando pos ...
A separação maternal é um modelo de estresse precoce que modifica parâmetros neurobiológicos a longo prazo levando a diferenças significativas nos estados emocionais. Um desses estados é possivelmente a frustração, um estado emocional negativo que pode estar envolvido com a vulnerabilidade ao desenvolvimento de alguns tipos de transtornos psiquiátricos. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da separação materna no período neonatal sobre a frustração em ratos adultos, considerando possíveis efeitos sexo-específicos. Além disso, buscamos verificar alterações na plasticidade sináptica e na resposta ao estresse que poderiam medir as alterações comportamentais observadas. Ninhadas de ratos Wistar foram divididas em controles (sem intervenção) e submetidas à separação materna (separadas da genitora durante 3h por dia em incubadora a 32º C nos dias 1 a 10 de vida). A partir do dia 80 de vida, 139 animais (93 fêmeas e 46 machos) foram submetidos à tarefa de redução inesperada de recompensa. Vinte e quatro horas após a última sessão, o hipocampo dorsal e a amígdala basolateral foram dissecados para avaliação neuroquímica usando a técnica de western blotting. Os resultados indicaram que os animais que passaram pela separação materna apresentam maior vulnerabilidade à redução inesperada de recompensa (maior frustração) em relação aos controles [F (3,942,327,191) = 2,789, p = 0,027], sendo que este efeito parece ser mais preponderante nos machos. Relacionadas a esse achado, observamos alterações nos imunoconteúdos das subunidades GluN2A (diminuição) [F (1,24) = 8,710, p = 0,007] e GluN2B (aumento) [F (1,24) = 9,686, p = 0,005] no hipocampo dorsal dos machos separados. Não observamos alterações significativas na sinaptofisina, PSD95, SNAP25 ou CRHR1 no hipocampo ou na amígdala. Também não foram observadas diferenças em quaisquer dessas proteínas nas fêmeas. Concluímos que a separação materna afeta a resposta à redução inesperada de recompensa, de forma aparentemente mais proeminente nos animais machos. Alterações do imunoconteúdo das subunidades GluN2A e GluN2B do receptor NMDA no HcD desses animais sugerem um rearranjo da composição deste receptor, possivelmente tornando mais forte a memória aversiva relacionada à redução de recompensa. As fêmeas separadas parecem apresentar um perfil de resiliência à redução inesperada da recompensa. ...
Abstract
Maternal separation is a model of early stress that modifies long-term neurobiological parameters leading to significant differences in emotional states; one of them is frustration, a negative emotional state which may be involved with susceptibility to psychiatric disorders. The aim of this research was to evaluate the effects of maternal separation on frustration in adult rats, considering possible sex-specific effects. In addition, we verified modifications in synaptic plasticity, which coul ...
Maternal separation is a model of early stress that modifies long-term neurobiological parameters leading to significant differences in emotional states; one of them is frustration, a negative emotional state which may be involved with susceptibility to psychiatric disorders. The aim of this research was to evaluate the effects of maternal separation on frustration in adult rats, considering possible sex-specific effects. In addition, we verified modifications in synaptic plasticity, which could be related to the behavioral alterations observed. Litters of Wistar rats, 139 animals (93 females and 46 males) were divided into control (no intervention) and subjected to maternal separation (separated from the dam 3h per day at 32º C from post-natal day (PND) 1 to PND10. From PND80, animals were subjected to the unexpected reduction of reward. Twenty-four h after the last behavioral session, animals were killed and dorsal hippocampus (dHC) and basolateral amygdala (BLA) were dissected for neurochemical evaluation using western blot. The results showed that males that went through maternal separation had higher vulnerability to the unexpected reduction of reward (they showed higher frustration) when compared to controls [F (3.942.327.191) = 2.789, p = 0.027], while females did not present this effect. Possibly related to this finding, we also observed alterations on NMDA subunits GluN2A (reduced immunocontent) [F (1.24) = 8.710, p = 0.007] and GluN2B (increased immunocontent) [F (1.24) = 9.686, p = 0.005] in the dHC of male animals. No significant modifications were observed on synaptophysin, PSD95, SNAP25 or CRHR1 in dHC or BLA. No significant differences were observed in any one of these proteins in females. We concluded that maternal separation affects the response to unexpected reduction in reward, more particularly in males. Alterations in the amount of NMDA receptor subunits GluN2A and GluN2B in dHC of these animals suggest a change in the ratio of these subunits, possibly making stronger the aversive memory related to the reward reduction. In agreement with the resilience profile of the separated females, no alterations were observed in the immunocontent of the proteins analyzed in dHC or BLA of these animals. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Ciências Básicas da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Neurociências.
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