Esculpindo o tempo com Andrei Tarkovski : articulações entre estética, política e psicanálise
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Data
2020Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Esta dissertação surge dos afetos que subjazem o transitar pela arte, muito além do que vemos: aquilo que também nos olha. Para tecer articulações entre estética, política e psicanálise, experienciamos o cinema de Andrei Tarkovski e nos deixamos afetar pelas suas vicissitudes. Aqui, o cinema entra como uma alteridade possível à psicanálise, o que nos leva a refletir, desde outros ângulos, questões que a clínica suscita. Portanto, nos encontros possíveis pelo pulsar de linguagens distintas, são ...
Esta dissertação surge dos afetos que subjazem o transitar pela arte, muito além do que vemos: aquilo que também nos olha. Para tecer articulações entre estética, política e psicanálise, experienciamos o cinema de Andrei Tarkovski e nos deixamos afetar pelas suas vicissitudes. Aqui, o cinema entra como uma alteridade possível à psicanálise, o que nos leva a refletir, desde outros ângulos, questões que a clínica suscita. Portanto, nos encontros possíveis pelo pulsar de linguagens distintas, são os enigmas que nos convocam a escrever. Depois de um longo percorrido pelas artes pós-revolução, passando pelos fechamentos discursivos do realismo socialista, chegamos às obras do diretor soviético. Com uma estética inovadora dentro do contexto em questão, os filmes do diretor possibilitam furos nos saberes instituídos pelo realismo socialista. Para tanto, Tarkovski utiliza uma linguagem que destoa em relação à norma, instaurando uma espécie de dissenso, fazendo um corte em uma realidade já saturada. Nesse sentido, traz para a cena o que Freud chamou de Unheimliche, a inquietante estranheza. No entanto, é nas dobras de um tempo outro, que se aproxima do tempo lógico lacaniano, que desenvolvemos reflexões sobre a possibilidade de uma estética utópica, a qual, em vez de trazer verdades prontas a serem repetidas, provoca a queda de imagens, colocando o não-todo em jogo e a potência do que não se sabe. ...
Abstract
This dissertation arises from the affections that underlie the movement through art, far beyond what we see: that which also looks at us. To weave articulations between aesthetics, politics and psychoanalysis, we experienced Andrei Tarkovski's cinema and were affected by its vicissitudes. Here, cinema enters as a possible alterity to psychoanalysis, which leads us to reflect, from other angles, issues that the clinic raises. Therefore, in the possible encounters by the pulsing of different lang ...
This dissertation arises from the affections that underlie the movement through art, far beyond what we see: that which also looks at us. To weave articulations between aesthetics, politics and psychoanalysis, we experienced Andrei Tarkovski's cinema and were affected by its vicissitudes. Here, cinema enters as a possible alterity to psychoanalysis, which leads us to reflect, from other angles, issues that the clinic raises. Therefore, in the possible encounters by the pulsing of different languages, it is the puzzles that call us to write. After a long journey through the post-revolution arts, through the discursive closures of socialist realism, we come to the works of the Soviet director. With an innovative aesthetic within the context in question, the director's films make possible holes in the knowledge instituted by socialist realism. To this end, Tarkovski uses a language that deviates from the norm, establishing a kind of dissent, cutting into an already saturated reality. In this sense, it brings to the scene what Freud called Unheimliche, the uncanny. However, it is in the folds of another time, approaching Lacanian logical time, that we develop reflections concerning the possibility of a utopian aesthetic, which, instead of bringing truths ready to be repeated, causes images to fall, placing the not-all at stake and the power of the unknown. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura.
Coleções
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Ciências Humanas (7479)
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