Bioestratigrafia das associações de cistos de dinoflagelados do cretáceo inferior (Albiano) ao neógeno (Plioceno) da Bacia de Pelotas, Brasil
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Data
2016Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
A investigação do conteúdo microfossilífero da margem continental brasileira foi fortemente impulsionada pelo avanço da exploração petrolífera, dada a necessidade do detalhamento estratigráfico de determinados depósitos de interesse econômico. Neste contexto, em comparação com as bacias produtoras as quais a exploração petrolífera é efetiva, a Bacia de Pelotas encontra-se ainda em uma fase incipiente de conhecimento, cujas informações micropaleontológicas e interpretações biocronoestratigráfica ...
A investigação do conteúdo microfossilífero da margem continental brasileira foi fortemente impulsionada pelo avanço da exploração petrolífera, dada a necessidade do detalhamento estratigráfico de determinados depósitos de interesse econômico. Neste contexto, em comparação com as bacias produtoras as quais a exploração petrolífera é efetiva, a Bacia de Pelotas encontra-se ainda em uma fase incipiente de conhecimento, cujas informações micropaleontológicas e interpretações biocronoestratigráficas são embasadas em sua grande maioria em microfósseis de parede calcária. Em vista disto, cistos de dinoflagelados foram priorizados para a elaboração de um arcabouço palinoestratigráfico, a partir de amostras de calha e testemunhos de sondagem advindas de 535 distintos níveis estratigráficos de dois poços perfurados pela PETROBRAS S.A. na porção offshore da Bacia de Pelotas. A análise palinológica revelou associações diversificadas e abundantes, com idades entre o Cretáceo Inferior (Albiano) e o Neógeno (Plioceno), compreendendo 334 táxons: 17 de fungos, 91 de esporomorfos (32 a esporos; 21 de gimnospermas; 38 de angiospermas), 225 algas (220 cistos de dinoflagelados, 5 clorófitas), além de um gênero de acritarco, estando presentes ainda, palinoforaminíferos e escolecodontes. Dentre os 220 táxons de cistos de dinoflagelados reconhecidos, 93 são citados pela primeira vez para as bacias brasileiras. A sucessão dos bioeventos reconhecidos apresentou potencial nas correlações entre as amplitudes estratigráficas dos cistos de dinoflagelados estabelecidas em nível mundial e com as bacias brasileiras, com significativa convergência de resultados para as seções cretáceas, paleógenas e neógenas. A integração das informações biocronoestatigráficas advinda dos cistos de dinoflagelados com as de nanofósseis calcários já existentes, permitiu a diferenciação de 16 zonas de intervalo, as quais contribuíram positivamente para as correlações bioestratigráficas entre os dois poços analisados: Zona Odontochitina singhii (Albiano superior); Endoceratium dettmanniae (Cenomaniano); Nelsoniella aceras (Turoniano/Campaniano inferior); Trichodinium castanea (Campaniano médio); Dinogymnium spp. (Campaniano superior?/Maastrichtiano); Trithyrodinium evittii (Paleoceno inferior); Palaeocystodinium bulliforme (Paleoceno inferior/superior); Eisenackia reticulata (Paleoceno superior); Biconidinium longissimum (Eoceno inferior); Membranophoridium perforatum (Eoceno inferior/médio); Enneadocysta dictyostila (Eoceno médio/superior); Cooksonidium capricornum (Eoceno superior/Oligoceno inferior); Chiropteridium galea (Oligoceno superior/Mioceno inferior); Cousteaudinium aubryae (Mioceno inferior); Hystrichosphaeropsis obscura (Mioceno médio); Reticulatosphaera actinocoronata (Mioceno superior/Plioceno inferior). ...
Abstract
The microfossils investigation of the Brazilian continental margin was strongly driven by advances in oil exploration, takingin to accocent the need of stratigraphic detail of certain deposits of economic interest. In this context, compared to the producing basins which oil exploration is effective, the Pelotas Basin is still in an incipient stage of knowledge, whose information micropaleontological and biochronostratigraphy interpretations are performeo mostly by calcareous microfossils. In vi ...
The microfossils investigation of the Brazilian continental margin was strongly driven by advances in oil exploration, takingin to accocent the need of stratigraphic detail of certain deposits of economic interest. In this context, compared to the producing basins which oil exploration is effective, the Pelotas Basin is still in an incipient stage of knowledge, whose information micropaleontological and biochronostratigraphy interpretations are performeo mostly by calcareous microfossils. In view of this, dinoflagellate cysts were prioritized for the development of a palynostratigraphic framework from cuttings and core samples that come from 535 different stratigraphic levels of two wells drilled by PETROBRAS S.A. in the offshore portion of the Pelotas Basin. Palynological analysis revealed associations quite diverse and abundant, aged between Lower Cretaceous (Albian) and Neogene (Pliocene), comprising 334 taxa: 17 fungi, 91 of sporomorphs (32 spores, 21 gymnosperms, 38 angiosperms) 225 algae (220 dinoflagellate cysts, 5 chlorophyceae), plus a acritarchs genera, while still present, palynoforaminiferal and scolecodonts. Among the 220 recognized dinoflagellate cysts, 93 are reported for the first time for Brazilian basins. The succession of the recognized bioevents showed potential for stratigraphic correlations between the amplitudes of dinoflagellate cysts established worldwide and the Brazilian basins, with significant results for sections the Cretaceous, Paleogene and Neogene sections. The integration of the biochronostratigraphic information arising out of dinoflagellate cysts with existing calcareous nannofossil, allowed the differentiation a 16 interval zones, which positively contributed for biostratigraphic correlations between the two wells analyzed: Odontochitina singhii Zone (upper Albian); Endoceratium dettmanniae (Cenomanian); Nelsoniella aceras (Turonian/lower Campanian); Trichodinium castanea (middle Campanian); Dinogymnium spp. (upper Campanian?/Maastrichtian); Trithyrodinium evittii (lower Paleocene); Palaeocystodinium bulliforme (lower/upper Paleocene); Eisenackia reticulata (upper Paleocene); Biconidinium longissimum (lower Eocene); Membranophoridium perforatum (lower/middle Eocene); Enneadocysta dictyostila (middle/upper Eocene); Cooksonidium capricornum (upper Eocene/lower Oligocene); Chiropteridium galea (upper Oligocene/lower Miocene); Cousteaudinium aubryae (lower Miocene); Hystrichosphaeropsis obscura (middle Miocene); Reticulatosphaera actinocoronata (upper Miocene/lower Pliocene). ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Geociências. Programa de Pós-Graduação em Geociências.
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