A Comisión Nacional de Museos y de Monumentos y Lugares Históricos: práticas de seleção e instituição do patrimônio cultural na Argentina (1938-1955)
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Data
2019Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
A tese analisa as práticas de seleção e instituição do patrimônio histórico e artístico nacional argentino efetuadas pela Comisión Nacional de Museos y de Monumentos y Lugares Históricos (CNMMyLH) entre 1938 e 1955. Criada como dependente do Ministério da Justiça e Instrução Pública em 1938 e regulamentada pela Lei Nº 12.665 de 1940, a Comisión foi encarregada de elaborar e executar a política de proteção dos bens culturais existentes no país. Para tanto, o governo nomeou um conjunto de estudio ...
A tese analisa as práticas de seleção e instituição do patrimônio histórico e artístico nacional argentino efetuadas pela Comisión Nacional de Museos y de Monumentos y Lugares Históricos (CNMMyLH) entre 1938 e 1955. Criada como dependente do Ministério da Justiça e Instrução Pública em 1938 e regulamentada pela Lei Nº 12.665 de 1940, a Comisión foi encarregada de elaborar e executar a política de proteção dos bens culturais existentes no país. Para tanto, o governo nomeou um conjunto de estudiosos oriundos de instituições de pesquisa histórica e culturais. Por meio da referida lei também se estabeleceu o instrumento jurídico de proteção do patrimônio que, após ser selecionado pela Comisión, era assegurado por um decreto do Poder Executivo com a respectiva “declaratória”. Foi durante a gestão presidida por Ricardo Levene, entre 1938 e 1946, que se estruturaram as práticas de trabalho do órgão e se definiram os critérios de seleção dos bens, cujo levantamento foi realizado com o auxílio do arquiteto adstrito à CNMMyLH e de delegados designados em cada uma das províncias e territórios nacionais, entre outros interlocutores. Ao longo do período analisado foram declarados 358 bens, então consagrados como Monumentos ou Lugares Históricos Nacionais. Nesse processo, prevaleceram os critérios histórico e histórico-artístico de seleção do patrimônio, que passou a ser preservado pelas qualidades estéticas das edificações e, sobretudo, por aludir a determinados acontecimentos e personagens do passado nacional. Em linhas gerais, as declaratórias refletiram o “lugar de fala” de seus agentes, boa parte deles membros da Academia Nacional de la Historia. Por meio do patrimônio, a Argentina foi apresentada como uma nação pré-configurada desde o período vice-reinal – etapa então valorizada por meio da chamada “arquitetura colonial” – e consolidada graças às ações de políticos e militares da segunda metade do século XIX. Os bens declarados, assim, ajudaram a materializar uma narrativa e uma imagem homogênea do passado argentino, bastante funcional aos regimes da Concordância (1932-1943), que então buscavam se inscrever como continuidade do projeto oligárquico da década de 1880. Cumpriam, além disso, a função de promover a identidade nacional através da instituição de bens culturais locais como patrimônios de toda a coletividade argentina. Mais do que produzir a “crença” no valor dos bens, a declaração dos Monumentos e Lugares Históricos Nacionais possibilitou difundir também o relato histórico da tradição liberal. ...
Resumen
La tesis analiza las prácticas de selección e “institución” del patrimonio histórico y artístico nacional argentino efectuadas por la Comisión Nacional de Museos y de Monumentos y Lugares Históricos (CNMMyLH) entre 1938 y 1955. Creada como dependiente del Ministerio de la Justicia e Instrucción Pública en 1938, y reglamentada por la Ley Nº 12.665 de 1940, la Comisión fue encargada de elaborar y ejecutar la política de protección de los bienes culturales existentes en el país. Para ello, el gobi ...
La tesis analiza las prácticas de selección e “institución” del patrimonio histórico y artístico nacional argentino efectuadas por la Comisión Nacional de Museos y de Monumentos y Lugares Históricos (CNMMyLH) entre 1938 y 1955. Creada como dependiente del Ministerio de la Justicia e Instrucción Pública en 1938, y reglamentada por la Ley Nº 12.665 de 1940, la Comisión fue encargada de elaborar y ejecutar la política de protección de los bienes culturales existentes en el país. Para ello, el gobierno nombró a un conjunto de estudiosos oriundos de instituciones de investigación histórica y culturales. Por medio de la referida ley también se estableció el instrumento jurídico de protección del patrimonio que, después de ser seleccionado por la Comisión, era asegurado por un decreto del Poder Ejecutivo con la respectiva “declaratoria”. Fue durante la gestión presidida por Ricardo Levene, entre 1938 y 1946, que se estructuraron las prácticas de trabajo del órgano y se definieron los criterios de selección de los bienes, cuyo levantamiento fue realizado con auxilio del arquitecto adscripto a la CNMMyLH y de delegados designados en cada una de las provincias y territorios nacionales, entre otros interlocutores. A lo largo del período analizado se declararon 358 bienes, entonces consagrados como Monumentos o Lugares Históricos Nacionales. En dicho proceso, prevalecieron los criterios histórico e histórico-artístico de selección del patrimonio, que pasó a ser preservado por las cualidades estéticas de las edificaciones y, sobre todo, por aludir a determinados acontecimientos y personajes del pasado nacional. En líneas generales, las declaratorias reflejaron el “lugar de habla” de sus agentes, buena parte de ellos miembros de la Academia Nacional de la Historia. Por medio del patrimonio, la Argentina fue presentada como una nación preconfigurada desde el período virreinal – etapa entonces valorada a través de la llamada “arquitectura colonial” – y consolidada gracias a las acciones de políticos y militares de la segunda mitad del siglo XIX. Los bienes declarados, así, ayudaron a materializar una narrativa y una imagen homogénea del pasado argentino, funcional a los regímenes de la Concordancia (1932-1943) que entonces buscaban inscribirse como continuidad del proyecto oligárquico de la década de 1880. Cumplían, además, la función de promover la identidad nacional a través de la institución de bienes culturales locales como patrimonios de toda la colectividad argentina. Más que producir la “creencia” en el valor de los bienes, la declaración de los Monumentos y Lugares Históricos Nacionales permitió difundir también el relato histórico de la tradición liberal. ...
Abstract
The thesis analyzes the practices of selection and institution of the Argentine national historical and artistic heritage carried out by the Comisión Nacional de Museos y de Monumentos y Lugares Históricos (CNMMyLH) between 1938 and 1955. Created as dependent of the Ministry of Justice and Public Instruction in 1938 and regulated by Law Nº 12.665 of 1940, the Comisión was in charge of elaborating and executing the policy of protection of the cultural assets existing in the country. To this end, ...
The thesis analyzes the practices of selection and institution of the Argentine national historical and artistic heritage carried out by the Comisión Nacional de Museos y de Monumentos y Lugares Históricos (CNMMyLH) between 1938 and 1955. Created as dependent of the Ministry of Justice and Public Instruction in 1938 and regulated by Law Nº 12.665 of 1940, the Comisión was in charge of elaborating and executing the policy of protection of the cultural assets existing in the country. To this end, the government appointed a group of scholars from historical and cultural research institutions. This law also established the legal instrument for the protection of assets, which, after being selected by the Comisión, was guaranteed by a decree of the Executive Branch with the respective “declaratory”. It was during the management presided over by Ricardo Levene, between 1938 and 1946, that the work practices of the organ were structured and the criteria for the selection of the assets were defined, whose survey was carried out with the assistance of the architect attached to the CNMMyLH and delegates designated in each of the national provinces and territories, among other interlocutors. During the analyzed period, 358 assets were declared, and then consecrated as Monuments or National Historic Places. In this process, the historical and historical-artistic criteria of heritage selection prevailed, which came to be preserved by the aesthetic qualities of the buildings and, above all, by alluding to certain events and characters of the national past Broadly speaking, the declarations reflected the “speech place” of its agents, many of them members of the Academia Nacional de la Historia. Through the patrimony, Argentina was presented as a preconfigured nation from the vice-reign period - a stage then valued through the so-called “colonial architecture” - and consolidated thanks to the actions of politicians and military in the second half of the nineteenth century. Declared assets thus helped to materialize a narrative and a homogeneous image of the Argentine past, quite functional to the regimes of the Concordance (1932-1943), which then sought to register as a continuity of the oligarchic project from the 1880s. They also fulfilled the function of promoting national identity through the institution of local cultural assets as heritage of the whole Argentinean community. More than producing "belief" in the value of goods, the declaration of Monuments and National Historical Places made it possible to disseminate the historical narrative of the liberal tradition. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História.
Coleções
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