Características do ciclo estral e da dinâmica folicular em fêmeas muares (Equus mulus)
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Data
2018Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Muares não se reproduzem devido à incompatibilidade no número de cromossomos entre as espécies genitoras. Contudo, manifestam regularmente sinais de estro, apresentando provavelmente ciclos estrais normais, assim como as fêmeas das demais espécies. Desta forma, as fêmeas muares despertam interesse na área reprodutiva, principalmente na área da biotecnologia da reprodução como receptoras de embrião. Poucos estudos têm sido realizados procurando contribuir para o entendimento do comportamento rep ...
Muares não se reproduzem devido à incompatibilidade no número de cromossomos entre as espécies genitoras. Contudo, manifestam regularmente sinais de estro, apresentando provavelmente ciclos estrais normais, assim como as fêmeas das demais espécies. Desta forma, as fêmeas muares despertam interesse na área reprodutiva, principalmente na área da biotecnologia da reprodução como receptoras de embrião. Poucos estudos têm sido realizados procurando contribuir para o entendimento do comportamento reprodutivo e de alguns aspectos fisiológicos do ciclo estral da mula, como o estudo da dinâmica folicular durante o intervalo interovulatório, caracterizando as fases de emergência, desvio e dominância. Fato este que contribui para a utilização desta espécie em programas de transferência de embrião. Este estudo teve por objetivo elucidar características do ciclo estral e realizar a avaliação ultrassonográfica da dinâmica folicular durante o ciclo estral de fêmeas muares. Foram acompanhados ciclos estrais de três mulas para determinar o dia da ovulação (D0) e o início da onda folicular. O dia da emergência do futuro folículo ovulatório foi definido como o dia em que o mesmo atingisse 10 mm de tamanho. O início do desvio, caso acontecesse, foi designado como o dia anterior ao dia em que ocorresse uma mudança significativa entre o diâmetro dos dois maiores folículos associado ao não crescimento ou diminuição do tamanho do folículo subordinado. O diâmetro máximo do folículo ovulatório foi obtido no dia anterior ao da ovulação, e as taxas de crescimento definidas antes e após o desvio, nos casos em que fossem observados pelo menos dois folículos. A ecotextura do endométrio foi avaliada nas fases folicular e luteal. A fase de emergência surgiu aos 11,66 ± 2,8 dias e o desvio aos 3,66 ± 0,57 dias, ambas antes da ovulação. A taxa de crescimento folicular diária foi definida para ondas foliculares que tiveram apenas um folículo na fase de emergência; e também para aquelas que apresentaram dois e por consequência a fase de desvio. Para a primeira situação, a média dessa taxa foi de 3,1 ± 0,49 mm ao dia até o momento da ovulação. Já na segunda, a média da taxa de crescimento desde a fase de emergência até a fase de desvio foi de 3,27 ± 0,46 mm para o futuro folículo ovulatório e de 3,23 ± 0,67 mm para o folículo subordinado, o qual sofreu atresia. Após o desvio, o folículo ovulatório cresceu em média 3,67 ± 0,18 mm por dia até a ovulação. Um dia antes da ovulação, o folículo dominante atingiu a dimensão média de 37,24 ± 5,88 mm. A ecotextura variou de 0 a 1 (0 a 3) em fase luteal, e atingiu valores máximos em fase folicular. As mudanças anatômicas e comportamentais foram compatíveis com a fase do ciclo estral em que as fêmeas se encontravam. Conclui-se que as variáveis avaliadas se assemelham àquelas observadas em fêmeas equinas e asininas; porém, a baixa quantidade de oócitos ao nascimento. ...
Abstract
Mules do not reproduce due to incompatibility in number of chromosomes between the genitor species. However, they regularly manifest signs of estro, probably showing normal estrous cycles, as well as females of other species. In this way, female mules arouse interest in the reproductive area, mainly in the area of reproduction biotechnology as embryo recipients. Few studies have been done seeking to contribute to the understanding of the reproductive behavior and some physiological aspects of t ...
Mules do not reproduce due to incompatibility in number of chromosomes between the genitor species. However, they regularly manifest signs of estro, probably showing normal estrous cycles, as well as females of other species. In this way, female mules arouse interest in the reproductive area, mainly in the area of reproduction biotechnology as embryo recipients. Few studies have been done seeking to contribute to the understanding of the reproductive behavior and some physiological aspects of the mule estral cycle, such as the study of follicular dynamics during the interovulatory interval, characterizing the phases of emergence, deviation and dominance. This fact contributes to the use of this species in embryo transfer programs. This study aims clarify characteristics of the estrous cycle and performs the ultrasonographic evaluation of the follicular dynamics during the estral cycle of females mules. Three cycles of three mules were followed to determine the day of ovulation (D0) and the beginning of the follicular wave. The day of the emergence of the future ovulatory follicle was defined as the day that it reached 10 mm in size. The beginning of deviation, if it happened, was designated as the day before the day when there was a significant change between the diameter of the two largest follicles associated with non-growth or decreased size of the subordinate follicle. The maximum diameter of the ovulatory follicle was obtained the day before ovulation, and the growth rates defined before and after deviation, in cases where at least two follicles were observed. The echotexture of the endometrium was evaluated in the follicular and luteal phases. The emergency phase occurred at 11.66 ± 2.8 days and the deviation at 3.66 ± 0.57 days, both before ovulation. The daily follicular growth rate was defined for follicular waves that had only one follicle in the emergency phase; and also for those that presented two and consequently the deviation phase. For the first situation, the avarage of this rate was 3.1 ± 0.49 mm a day until the time of ovulation. In the second, the average growth rate from the emergency phase to the deviation phase was 3.27 ± 0.46 mm for the future ovulatory follicle and 3.23 ± 0.67 mm for the subordinate follicle, that suffered atresia. After deviation, the ovulatory follicle increased on average 3.67 ± 0.18 mm a day until ovulation. One day before ovulation, the dominant follicle reached the average size of 37.24 ± 5.88 mm. The ecotexture ranged from 0 to 1 (0 a 3) in the luteal phase, and it reached maximum values in the follicular phase. The anatomical and behavioral changes were compatible with the phase of the estrous cycle in which the females were. In conclusion, the variables evaluated resemble those observed in equine and asinine females. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Veterinária. Programa de Pós-Graduação em Medicina Animal: Equinos.
Coleções
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Ciências Agrárias (3295)
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