Disseminação de mentiras em redes sociais : um modelo em economia política
Visualizar/abrir
Data
2019Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Mentiras estranhamente descaradas alcançaram recentemente milhões de compartilhamentos nas redes sociais digitais (ALLCOTT; GENTZKOW, 2017; SILVERMAN; SINGER-VINE, 2016). Diversos agentes podem ter incentivos a publicar mentiras em redes sociais, dentre eles candidatos a cargos eletivos e partidos políticos. O presente trabalho é dedicado a estudar o problema de um partido que tenha decidido mentir na rede social e que precisa escolher o nível de descaramento da mentira que irá publicar. No mod ...
Mentiras estranhamente descaradas alcançaram recentemente milhões de compartilhamentos nas redes sociais digitais (ALLCOTT; GENTZKOW, 2017; SILVERMAN; SINGER-VINE, 2016). Diversos agentes podem ter incentivos a publicar mentiras em redes sociais, dentre eles candidatos a cargos eletivos e partidos políticos. O presente trabalho é dedicado a estudar o problema de um partido que tenha decidido mentir na rede social e que precisa escolher o nível de descaramento da mentira que irá publicar. No modelo que propomos, o partido escolhe o nível de descaramento da mentira de forma a maximizar a sua disseminação até a data da eleição. A disseminação da mentira na rede social depende de eleitores racionais que decidem se inspecionam e/ou compartilham a publicação, assim, o partido deve levar em conta como o nível de descaramento da mentira afeta a decisão dos eleitores de compartilha-la ou não. Além disso, consideramos a existência de militantes e BOTs que, por hipótese, sempre compartilham as publicações do partido e, assim, aceleram o processo de disseminação da mentira. Eleitores, militantes e BOTs são incorporados no modelo de difusão em rede proposto por Bass (1969), e definem a dinâmica de disseminação da mentira. Assumimos que o partido conhece a dinâmica de disseminação, bem como a influência do nível de polarização do eleitorado e da atuação de BOTs e militantes neste processo. Com base neste conjunto de informação e no custo de produção de mentiras, o partido decide o nível ótimo de descaramento da mentira que irá publicar. O modelo proposto permite mostrar que a polarização incentiva a produção de mentiras mais descaradas, e que este efeito se mantém quando consideramos a presença de uma mídia tradicional (ex.: televisão) que, com alguma eficiência, checa as mensagens do partido. Além disso, mostramos que se a eficiência em checagem da mídia tradicional for suficientemente alta, então a migração de eleitores da mídia tradicional para as redes sociais também incentiva a produção de mentiras mais descaradas. ...
Abstract
Brazen lies have recently reached millions of sharing in social media websites (ALLCOTT; GENTZKOW, 2017; SILVERMAN; SINGER-VINE, 2016). Amidst the agents who would possibly issue a brazen lie through a Facebook or Twitter post, are politics and political parties. In this paper, we analyze the problem of a political party who have decided to post a lie on a social media website and who needs to decide how impudent the lie will be. We propose that the party’s goal is to maximize the lie’s diffusi ...
Brazen lies have recently reached millions of sharing in social media websites (ALLCOTT; GENTZKOW, 2017; SILVERMAN; SINGER-VINE, 2016). Amidst the agents who would possibly issue a brazen lie through a Facebook or Twitter post, are politics and political parties. In this paper, we analyze the problem of a political party who have decided to post a lie on a social media website and who needs to decide how impudent the lie will be. We propose that the party’s goal is to maximize the lie’s diffusion on the social media website until the election date. The diffusion of the lie through social media depends upon rational electors who will decide between inspecting or not the post’s content and to share it or not. In this way, the party needs to consider how its decision regarding the lie’s level of impudence will affect the electors’ decision of sharing it or not. Nonetheless, we consider the existence of the party’s militants and BOTs who always decide to share the lie and who accelerates its diffusion through the network. The lie’s diffusion follows the process proposed by Bass (1969) whereupon we incorporate the existence of the electors, militants, and BOTs. We assume that the party knows the diffusion dynamics as well as the way electors, militants and BOTs influence the process. Based on this information set and considering the cost of producing the lie, the party chooses the lie’s level of impudence. As our main result, we show that political polarization incentives the party to lie more brazenly. Furthermore, we show this effect remains unchanged when we consider the existence of a traditional media who, with a certain level of efficiency, inspects the party’s message. Yet, we show that if the traditional media efficiency is great enough, then when electors migrate from the traditional media to social media websites, the party chooses to lie more brazenly. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Programa de Pós-Graduação em Economia.
Coleções
-
Ciências Sociais Aplicadas (6097)Economia (1109)
Este item está licenciado na Creative Commons License