“A AIDS tem um rosto de mulher”: discursos sobre o corpo e a feminização da epidemia
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Data
2018Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Outro título
“Aids has a woman’s face”: discourses about the body and the feminization of the epidemic
Assunto
Resumo
Desde sua eclosão na década de 1980 na forma de epidemia, a AIDS tem sido principalmente associada a homossexuais masculinos: inicialmente partindo da literatura médica, essa visão espalhou-se também para o público leigo e mantém-se viva no imaginário popular, ainda que, a partir da década de 1990, tenha havido um movimento para reconhecer a parcela cada vez mais vitimada pela síndrome: mulheres heterossexuais. A essa progressão, deu-se o nome de feminização do HIV/AIDS, uma narrativa sobre uma ...
Desde sua eclosão na década de 1980 na forma de epidemia, a AIDS tem sido principalmente associada a homossexuais masculinos: inicialmente partindo da literatura médica, essa visão espalhou-se também para o público leigo e mantém-se viva no imaginário popular, ainda que, a partir da década de 1990, tenha havido um movimento para reconhecer a parcela cada vez mais vitimada pela síndrome: mulheres heterossexuais. A essa progressão, deu-se o nome de feminização do HIV/AIDS, uma narrativa sobre uma suposta mudança no perfil da epidemia. No entanto, é possível encontrar informações sobre ocorrências da doença em mulheres desde muito antes, e é por meio de uma análise discursiva acerca do tema que este trabalho nasce: embora a epidemia da AIDS nunca tenha deixado de ter mulheres como parte expressiva de seus portadores, os discursos e narrativas desde 1980 vêm sistematicamente falhando em incluí-las e direcionar políticas de prevenção e combate que levem em consideração as particularidades das vivências femininas ou a complexidade de sua vulnerabilidades – parte de um sistema intricado de influência bidirecional entre cultura e materialidade. Utilizando metodologias, conceitos e textos de diversas áreas de produção de conhecimento, me proponho a analisar a inserção do corpo feminino na narrativa da epidemia HIV/AIDS privilegiando a historicidade e as diferentes versões desse objeto. ...
Abstract
Since its occurrence in the 1980s in epidemic form, AIDS has been mainly associated to homosexual males: initially put forth by medical literature, this view spread to the non-expert audience as well and is kept alive in people’s imaginations, even though by the 1990s there has been a movement towards recognizing the group increasingly victimized by the syndrome: heterosexual women. This progression has been dubbed feminization of HIV/AIDS, a narrative about a supposed change in the profile of ...
Since its occurrence in the 1980s in epidemic form, AIDS has been mainly associated to homosexual males: initially put forth by medical literature, this view spread to the non-expert audience as well and is kept alive in people’s imaginations, even though by the 1990s there has been a movement towards recognizing the group increasingly victimized by the syndrome: heterosexual women. This progression has been dubbed feminization of HIV/AIDS, a narrative about a supposed change in the profile of the epidemic. However, it is possible to find information about occurrence of the disease in women since much earlier, and it is through a discoursive analysis around the subject that this work came to be: even though the AIDS epidemic has never been without women as an expressive part of its carriers, mainstream discourse and narratives have since the 1980s systematically failed to include them and direct prevention and treatment politics that take into account particularities of femalehood or the complexity of its vulnerabilities – part of an intricate system of bidirectional influence between culture and materiality. By using methodologies, concepts, and texts from several fields of generation of knowledge, I propose to analyze the insertion of the female body in the HIV/AIDS epidemic focusing on the historicity and the different versions of this object. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.
Coleções
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Ciências Humanas (7479)Antropologia Social (472)
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