Vulnerabilidade da agricultura às mudanças climáticas na Bacia do Rio Grande (Antioquia, Colômbia) : uma abordagem a partir do território e da resiliência dos sistemas socio-ecológicos
Visualizar/abrir
Data
2015Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
A tese aborda a temática da vulnerabilidade local da agricultura às mudanças climáticas globais. Discute-se que na atualidade há uma série de mudanças socioambientais globais, mas com impactos e conotações locais que representam novos desafios científicos por corresponder a assuntos multidimensionais, multi-níveis e multi-temporais. Nesse contexto, a Colômbia vivenciou entre os anos de 2010-2011 o evento climático extremo La Niña, considerado o maior desastre natural da história do país. Esse e ...
A tese aborda a temática da vulnerabilidade local da agricultura às mudanças climáticas globais. Discute-se que na atualidade há uma série de mudanças socioambientais globais, mas com impactos e conotações locais que representam novos desafios científicos por corresponder a assuntos multidimensionais, multi-níveis e multi-temporais. Nesse contexto, a Colômbia vivenciou entre os anos de 2010-2011 o evento climático extremo La Niña, considerado o maior desastre natural da história do país. Esse evento desvelou a vulnerabilidade da agricultura e dos territórios rurais onde precisamente aconteceram os maiores danos e perdas, assim como a incapacidade das organizações em todos os níveis para apoiar os indivíduos, grupos sociais e territórios rurais mais atingidos pelo evento. A ocorrência desse evento climático motivou a realização desta tese, que se propõe analisar a vulnerabilidade da pecuária de leite ao evento climático extremo La Niña 2010-2011 na bacia do Rio Grande, Antioquia, Colômbia, a partir de um estudo de caso retrospectivo em 37 propriedades rurais. Discute-se que a vulnerabilidade da agricultura às mudanças climáticas deve ser entendida de forma integral, em que não é importante somente dimensionar a magnitude do impacto e os danos ocorridos, mas é fundamental conhecer as características da agricultura, dos agricultores e das organizações em uma perspectiva territorial, assim como sua capacidade de enfrentar e se recuperar dos eventos extremos. Para tal, foi construído um marco teórico-conceitual apoiado nas abordagens do Território, da Vulnerabilidade e da Resiliência dos sistemas sócio-ecológicos (SSE). É proposta uma metodologia denominada Análise Integrada da Vulnerabilidade (AIV), constituída por duas dimensões: Vulnerabilidade Resultante (VR) e Vulnerabilidade inerente (VI). A VR permite dimensionar o impacto do evento climático, enquanto a VI permite analisar as características inerentes da agricultura, assim como sua resiliência. A AIV é uma metodologia multidimensional que integra as ciências ambientais e sociais, além das ciências agrárias por se tratar de um estudo da agricultura. Aplicaram-se diferentes metodologias e técnicas de análise de dados qualitativos e quantitativos como: percepções de risco, entrevista semiestruturada, correspondência simples (ACS), componentes principais categórica (CATPCA), cluster hierárquica e não-hierárquica e Sistemas de Informação Geográfica (SIG). A AIV permitiu agrupar as 37 propriedades rurais em quatro SSE´s, cada um com características particulares e vulnerabilidade diferenciada perante o evento La Niña 2010-2011. Conclui-se que, de modo geral, os SSE´s mais vulneráveis são aqueles com baixa escala de produção e baixos níveis de tecnificação na produção agropecuária, os quais se caracterizam por sua alta dependência econômica do sistema leiteiro, baixa capacidade de ativar estratégias de resposta e recuperação, assim como baixo potencial organizacional e, portanto, deveriam ser priorizados através de ações de desenvolvimento rural. Os SSE´s com altos níveis de tecnificação são mais dependentes do sistema econômico leiteiro, e consequentemente, podem ser mais vulneráveis a mudanças econômicas, não obstante, apresentaram menores niveles de vulnerabilidade ao evento climático devido a que têm maiores capacidades de ativar estratégias de resposta e recuperação, isto é, maior resiliência. Finalmente, são apresentados e discutidos sete fatores ambientais (natural, geográfico, espacial) e sociais (humano, institucional, econômico, tecnológico) que melhor permitem explicar essas diferenças na vulnerabilidade da pecuária de leite. ...
Resumen
La tesis discute la temática de la vulnerabilidad local de la agricultura al cambio climático global. Se discute que en la actualidad ocurren una serie de cambios socioambientales globales, pero con impactos y efectos locales que representan nuevos desafíos científicos debido a que son asuntos multidimensionales, multi-niveles y multi-temporales. En ese contexto, Colombia enfrentó entre los años 2010-2011 el evento climático extremo La Niña, considerado el mayor desastre natural de la historia ...
La tesis discute la temática de la vulnerabilidad local de la agricultura al cambio climático global. Se discute que en la actualidad ocurren una serie de cambios socioambientales globales, pero con impactos y efectos locales que representan nuevos desafíos científicos debido a que son asuntos multidimensionales, multi-niveles y multi-temporales. En ese contexto, Colombia enfrentó entre los años 2010-2011 el evento climático extremo La Niña, considerado el mayor desastre natural de la historia del país. Ese evento reveló la alta vulnerabilidad de la agricultura y de los territorios rurales donde precisamente ocurrieron los mayores daños y pérdidas, así como la incapacidad de las organizaciones en todos los niveles para apoyar los individuos, grupos sociales y territorios más afectados por el evento. Ese evento climático motivó la realización de esta tesis, que tiene por objetivo analizar la vulnerabilidad de la ganadería de leche al evento climático extremo La Niña 2010-2011 en la cuenca del Río Grande, Antioquia, Colombia, a partir de un estudio de caso retrospectivo en 37 propiedades rurales. Se discute que la vulnerabilidad de la agricultura a eventos climáticos debe ser entendida de forma integral, donde además de dimensionar la magnitud del impacto y los daños ocurridos, es fundamental conocer las características de la agricultura, de los agricultores y de las organizaciones en una perspectiva territorial, así como su capacidad para enfrentar y recuperarse de los eventos extremos. Para este fin, fue construido un cuadro teórico-conceptual apoyado en los enfoques del Territorio, de la Vulnerabilidad y de la Resiliencia de los sistemas socio ecológicos (SSE). Se propone una metodología denominada Análisis Integrado de la Vulnerabilidad (AIV) constituida por dos dimensiones: Vulnerabilidad Resultante (VR) y Vulnerabilidad inherente (VI). La VR permite dimensionar el impacto del evento climático, mientras que la VI permite analizar las características inherentes de la agricultura, así como su resiliencia. El AIV es una metodología multidimensional que integra las ciencias ambientales y sociales, además de las ciencias agrarias, ya que, el estudio es aplicado a la agricultura. Se aplicaron diferentes metodologías y técnicas de análisis de datos cuantitativos y cualitativos como: percepciones de riesgo, entrevista semi-estructurada, correspondencia simple (ACS), componentes principales categórico (CATPCA), conglomerados jerárquicos y no jerárquicos; y sistemas de información geográfica (SIG). El AIV permitió agrupar las 37 propiedades rurales en cuatro SSE´s, cada uno con características particulares y vulnerabilidad diferenciada frente al evento La Niña 2010-2011. Se concluye que, de modo general, los SSE´s más vulnerables son aquellos con baja escala de producción y bajos niveles de tecnificación en la producción agropecuaria, los cuales se caracterizan por su alta dependencia económica del sistema lechero, baja capacidad de activar estrategias de respuesta y recuperación, así como bajo potencial organizacional y, por esta razón, deberían ser priorizados a través de acciones de desarrollo rural. Los SSE´s con altos niveles de tecnificación son más dependientes de la economía lechera, y consecuentemente, pueden ser más vulnerables a cambios económicos, sin embargo, presentaron menores niveles de vulnerabilidad al evento climático debido a que tienen mayores capacidades de activar estrategias de respuesta y recuperación, es decir, mayor resiliencia. Finalmente, son presentados y discutidos siete factores ambientales (natural, geográfico, espacial) y sociales (humano, institucional, económico, tecnológico) que permiten entender las diferencias en la vulnerabilidad de la ganadería de leche. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural.
Coleções
-
Multidisciplinar (2573)Desenvolvimento Rural (539)
Este item está licenciado na Creative Commons License