"Transportando fortunas para povoar deserta e inculta campanha" : atuação política e negócios dos brasileiros no norte do Estado Oriental do Uruguai (ca. 1845-1865)
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Data
2015Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Resumo
A presente tese tem como objetivo analisar as reivindicações dos estancieiros brasileiros estabelecidos no norte do Estado Oriental do Uruguai e dirigidas às autoridades do Império do Brasil no período que compreende o fim da Revolução Farroupilha e o início da Guerra do Paraguai. A ocupação da campanha norte do Uruguai por criadores de gado luso-brasileiros remonta ao fim do período colonial, passando pelas arreadas de gado selvagem realizadas nas décadas finais do século XVIII e se consolidan ...
A presente tese tem como objetivo analisar as reivindicações dos estancieiros brasileiros estabelecidos no norte do Estado Oriental do Uruguai e dirigidas às autoridades do Império do Brasil no período que compreende o fim da Revolução Farroupilha e o início da Guerra do Paraguai. A ocupação da campanha norte do Uruguai por criadores de gado luso-brasileiros remonta ao fim do período colonial, passando pelas arreadas de gado selvagem realizadas nas décadas finais do século XVIII e se consolidando como ocupação estável a partir da marcha do “Exército Pacificador” em 1811. Par a par com as expedições militares grandes porções de terra passaram a ser ocupadas e concedidas como sesmarias. Nos anos 1830, 1840 e 1850, o avanço dos brasileiros desde o Rio Grande do Sul em direção aos territórios no interior da campanha se intensificou. Com o início em 1839 da Guerra Grande, o conflito civil que dividiu o Estado Oriental em dois governos, as reclamações de indivíduos de nacionalidade brasileira começaram a ser recebidas com cada vez maior frequência pelas autoridades diplomáticas. Inicialmente localizadas na capital uruguaia, onde a facção política dominante dos colorados aboliu a escravidão em 1842, num movimento orientado a melhores condições de recrutamento, as reclamações se avolumaram na campanha norte, majoritariamente ocupada por estancieiros riograndenses, a partir de 1847. A partir desse momento, as reclamações sobre violências contra os direitos dos súditos do Império brasileiro se concentraram na outra facção, os blancos. Analisando essas reclamações o objetivo aqui foi compreender como a política de ambas as facções se relacionava com as pretensões dos brasileiros em relação a suas propriedades no Estado Oriental e quais foram os mecanismos sociais e políticos que esses estancieiros construíram e acionaram para garantir o atendimento de seus pleitos. ...
Abstract
The objective of this research is to analyse the demands made by Brazilian ranchers who owning properties in the North of Estado Oriental del Uruguay, specifically those directed to the authorities of the Brazilian Empire from the end of the Farroupilha Revolution to the beginning of the Paraguayan War. The Luso-Brazilian ranchers began to appropriate the Northern grasslands of Uruguay during the later years of the Colonial Period while furling wild cattle through the last decades of the 18th C ...
The objective of this research is to analyse the demands made by Brazilian ranchers who owning properties in the North of Estado Oriental del Uruguay, specifically those directed to the authorities of the Brazilian Empire from the end of the Farroupilha Revolution to the beginning of the Paraguayan War. The Luso-Brazilian ranchers began to appropriate the Northern grasslands of Uruguay during the later years of the Colonial Period while furling wild cattle through the last decades of the 18th Century. The advance of the "Pacifying Army”, in 1811, led to a permanent occupation. Hand in hand with this military expedition, big portions of the land were occupied and granted as sesmarias. The decades of 1830, 1840 and 1850 saw the increasing advance of Brazilian ranchers from Rio Grande do Sul towards the central grasslands of Uruguay. In 1839 began the Guerra Grande – a civil war which split the Estado Oriental in to two different governments. The war led to increasing complaints sent by these same Brazilians to the diplomatic authorities. At first those complaints came from the Uruguayan capital, where the colorados, the dominant political faction in the city, freed slaves in 1842 only to draft them. Since 1847, the demands began to swell in the northern grasslands, occupied by a majority of Rio Grande do Sul ranchers. From then on, the complaints of violence against the subjects of the Brazilian Empire came mainly from the blancos, the competitive political faction. Through the analysis of such complaints, the objective of this research is to understand how the politics of both factions affected the Brazilians’ claims over their properties in the Estado Oriental and which social and political apparatus they built and actuated in order to maintain their pleas. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História.
Coleções
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