“Estou na EJA. E agora?" : critérios para a transferência de jovens "do diurno" para "o noturno"

Abstract

O presente trabalho teve como objetivo identificar os critérios para a transferência do estudante jovem do ensino fundamental para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola estadual de Porto Alegre. Tal pesquisa originou-se a partir de inquietações surgidas em meu estágio docente realizado em uma turma de EJA, na qual recebi estudantes que foram transferidos “para a noite” durante o semestre. Trata-se de uma pesquisa qualitativa utilizando como instrumento para a coleta de dados, entrevistas semiestruturadas. Foram sujeitos da pesquisa oito educandos: quatro da Totalidade 2 (T2) e quatro da Totalidade 3 (T3). Também participaram da pesquisa cinco docentes, entre eles: a diretora da escola, o vice-diretor do noturno, a orientadora educacional, um professor da T3 e a professora da T2. Para a análise dos dados foram realizados estudos sobre a juvenilização da EJA e dos documentos legais que tratam desta modalidade. Por meio desta pesquisa, podemos considerar que os critérios para a transferência dos jovens nessa Escola são: a idade, os anos de repetência durante o diurno e a indisciplina. Percebe-se que tanto os discentes quanto os docentes concebem a ida para a EJA, apenas, como “troca de turno”, sem considerar que houve uma mudança de modalidade. O estudo sobre os critérios para a transferência dos jovens “do diurno” para “o noturno” pode contribuir para que esta passagem seja problematizada, a fim de que a EJA seja compreendida a partir do seu currículo próprio.