Fatores associados à interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo e influência do padrão de aleitamento materno no primeiro mês de vida na duração da amamentação
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Data
2006Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Resumo
Este estudo teve o objetivo de identificar os fatores associados à interrupção do aleitamento materno exclusivo (AME) nos primeiros seis meses de vida em crianças nascidas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre junho e novembro de 2003, bem como identificar os fatores associados à introdução precoce (já no primeiro mês de vida) de água e/ou chá e de outro leite na alimentação da criança e sua influência na duração do aleitamento materno (AM). Estudo de coorte contemporâneo envolvendo 220 ...
Este estudo teve o objetivo de identificar os fatores associados à interrupção do aleitamento materno exclusivo (AME) nos primeiros seis meses de vida em crianças nascidas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre junho e novembro de 2003, bem como identificar os fatores associados à introdução precoce (já no primeiro mês de vida) de água e/ou chá e de outro leite na alimentação da criança e sua influência na duração do aleitamento materno (AM). Estudo de coorte contemporâneo envolvendo 220 duplas mãe-bebê acompanhadas/observadas durante seis meses: na maternidade, aos sete dias e ao final do 1º, 2º, 4º e 6º meses. Na maternidade e aos 30 dias, as mamas foram examinadas e a técnica de amamentação avaliada mediante observação de uma mamada completa, sendo pesquisados quatro parâmetros indicativos de posicionamento inadequado da mãe e/ou do bebê e quatro parâmetros indicativos de pega inadequada, correspondentes aos pontos-chave utilizados pela OMS para avaliar qualidade da técnica de amamentação. A mediana da duração do AME foi de 30 dias. A curva de sobrevida mostrou uma prevalência de AME de 54% aos 30 dias, de 48% aos 60 dias, de 25% aos 120 dias e de 6,6% aos 180 dias. Comparando-se as curvas de sobrevida do AM de acordo com o padrão do AM ao final do primeiro mês (exclusivo, predominante e parcial), observou-se que a introdução de água e/ou chá não influenciou as freqüências do AM nos primeiros seis meses (p=0,277), ao contrário da introdução de outro leite, que afetou negativamente as taxas de AM (p<0,001). A regressão de Cox mostrou que a interrupção precoce do AME esteve associada com idade materna menor que 20 anos (RDI = 1,48; IC95% 1,01 – 2,17), acompanhamento pré-natal com menos de seis consultas (RDI = 1,60; IC95% 1,10 – 2,33), uso de chupeta no primeiro mês (RDI = 1,53; IC95% 1,12 – 2,11) e maior número de itens desfavoráveis na pega aos 30 dias (RDI = 1,29; IC95% 1,06 – 1,58 para cada item desfavorável). Pela regressão de Cox modificada, a introdução de água e/ou chá no primeiro mês esteve associada com idade materna <20 anos (RP = 1,55; IC95% 1,14 – 2,09), acompanhamento pré-natal com menos de seis consultas (RP = 1,48; IC95% 1,09 – 2,01) coabitação com avó materna (RP = 1,51; IC95% 1,10 – 2,09), e pega inadequada aos 30 dias (RP = 1,87; IC95% 1,33 – 2,58). Já os fatores associados à introdução de outro leite no primeiro mês foram amamentação de filhos anteriores menor do que seis meses (RP = 3,18; IC95% 1,18 – 8,58), cesárea (RP = 1,92; IC95% 1,07 – 3,44), pega inadequada aos 30 dias (RP = 2,82; IC95% 1,55 – 5,11), uso de chupeta aos sete dias (RP = 2,75; IC95% 1,38 – 5,48), introdução de chá nos primeiros sete dias (RP = 2,19; IC95% 1,15 – 4,15) e ingurgitamento mamário aos sete dias (RP = 1,78; IC95% 1,01 – 3,16). A qualidade da pega aos 30 dias foi a única variável que se mostrou associada tanto à introdução de chá e/ou água quanto à de outro leite no primeiro mês. O AME nos primeiros seis meses mantém-se pouco praticado, especialmente entre as adolescentes, entre as mulheres com acompanhamento pré-natal sub-ótimo e bebês com uso de chupeta e má pega aos 30 dias. A introdução de outro leite no primeiro mês revelou-se mais prejudicial à duração da amamentação que a introdução de água e/ou chá. Ações pró-amamentação também devem incluir as avós maternas, facilitadoras da introdução precoce de água e/ou chás – fator associado à introdução de outros leites. ...
Abstract
The purpose of this study was to identify factors associated with the cessation of exclusive breastfeeding (EBF) in the first six months of life of infants born in the Hospital de Clínicas de Porto Alegre from June to November 2003, as well as to identify factors associated with the early introduction (as early as the first month of life) of water, tea or other types of milk and its effect on the duration of breastfeeding (BF). This prospective cohort study evaluated 220 mother-infant dyads for ...
The purpose of this study was to identify factors associated with the cessation of exclusive breastfeeding (EBF) in the first six months of life of infants born in the Hospital de Clínicas de Porto Alegre from June to November 2003, as well as to identify factors associated with the early introduction (as early as the first month of life) of water, tea or other types of milk and its effect on the duration of breastfeeding (BF). This prospective cohort study evaluated 220 mother-infant dyads for six months: before discharge and at seven, 30, 60, 120 and 180 days. Before discharge and at 30 days, breasts were examined and the breastfeeding technique was evaluated by observing one entire breastfeeding. Four parameters of mother-infant positioning, and four parameters of unfavorable latch-on, which correspond to the key points used by the WHO, were used to evaluate breastfeeding technique. Median duration of EBF was 30 days. The survival curve showed that the prevalence of EBF was 54% at 30 days, 48% at 60 days, 25% at 120 days, and 6.6% at 180 days. The comparison of the BF survival curves of different patterns of BF at 30 days (exclusive, predominant, and partial) revealed that the introduction of water, tea or both did not affect BF frequency in the first six months, whereas the introduction of another type of milk negatively affected BF. Cox regression showed that the early cessation of EBF was associated with the following variables: maternal age lower than 20 years (HR = 1.48; 95% CI 1.01 – 2.17), fewer than six prenatal visits (HR = 1.60; 95% CI 1.10 – 2.33), use of pacifier in first month (HR = 1.53; 95% CI 1.12 – 2.11), and greater number of unfavorable latch-on items at 30 days ((RDI = 1.28; 95% CI 1.06 – 1.58 for each unfavorable item). Modified Cox regression showed that the introduction of water, tea or both in the first month was associated with the following variables: maternal age lower than 20 year (PR = 1.55; 95% CI 1.14 – 2.09), fewer than six prenatal visits (PR = 1.48; 95% CI 1.09 – 2.01), live-in maternal grandmother (PR =1.51; 95% CI 1.10 – 2.09), and poor latch-on at 30 days (PR = 1.87; 95% CI 1.35 – 2.58 for each unfavorable item). The factors associated with the introduction of no human milk were: breastfeeding older child for less than six months (PR = 3.18; 95% CI 1.18 – 8.58), cesarean section (PR = 1.92; 95% CI 1.07 – 3.44), poor latch-on at 30 days (PR = 2.28; 95% CI 1.55 - 5.11 for each unfavorable item), use of pacifier at seven days (PR = 2.75; 95% CI 1.38 – 5.48), introduction of tea in the first seven days (PR = 2.19; 95% CI 1.15 - 4.15) and breast engorgement at seven days (PR = 1.78; 95% CI 1.01 – 3.16). The quality of latch-on at 30 days was the only variable associated with both the introduction of water or tea and the introduction of another type of milk in the first month. EBF in the first six months is still infrequent, particularly among adolescent mothers, mothers that have suboptimal prenatal follow-up and infants that use a pacifier or show poor latch-on at 30 days. The introduction of another type of milk in the first month affected the duration of breastfeeding more negatively than the introduction of water, tea or both. Actions to promote breastfeeding should be extended to maternal grandmothers, who often promote the early introduction of water or tea, one of the factors associated with the introduction of other types of milk. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Medicina : Pediatria.
Coleções
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