Cobrimento de armaduras em estruturas de concreto armado : análise comparativa entre o valor especificado em projeto e o em execução em obras na cidade de Porto Alegre

Abstract

O atual estado de aquecimento da economia brasileira favorece cada vez mais o setor da Construção Civil, destacando-se a presença de estruturas de concreto armado, que vem sendo a bastante tempo utilizadas e muito difundidas em todo o País. A execução de tais estruturas é uma importante etapa de construção no contexto global da obra, envolvendo diversos materiais, fornecedores, frentes de trabalho e profissionais. A utilização correta dos materiais, aliado a uma execução eficaz e o cumprimento do projeto estrutural viabiliza uma obra de qualidade, evitando problemas como: atrasos no cronograma, repetição de tarefas, custos adicionais, além de manifestações patológicas das estruturas. Uma das principais funções do concreto nessas estruturas é proteger as armaduras contra choques físicos, passivação da armadura para evitar a corrosão e servir de barreira à entrada de agentes agressivos. Tal proteção é dependente essencialmente da espessura do cobrimento e da sua qualidade de execução, garantindo requisitivos mínimos de segurança e durabilidade durante a vida útil da edificação. Para se obter os valores exigidos de cobrimento de armaduras pela norma brasileira (NBR 6118), é necessário utilizar espaçadores dispersos ao longo da peça estrutural. Condições de limpeza e níveis de controle também são requisitos favoráveis para se ter um bom cobrimento. Diversos trabalhos e Normas de execução do concreto armado destacam a importância de se conseguir um cobrimento nominal, garantindo requisitos mínimos de segurança, durabilidade e qualidade durante a vida útil da edificação. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo coletar e analisar valores de cobrimentos em diferentes obras com estruturas de concreto armado em Porto Alegre, para verificar qual a correlação da variabilidade do cobrimento em execução comparado com os valores especificados em projeto. Paralelamente foi analisada também a existência destas correlações em função: do porte da empresa, da qualidade do controle de execução, do tipo de elemento estrutural (lajes, pilares e vigas) e do tipo de espaçador utilizado. Os resultados, apesar da amostragem reduzida, mostram que em 46% das medições houve ocorrência de valores de cobrimento abaixo dos respectivos valores de projeto. Os cobrimentos executados em lajes apresentam os piores resulados, em relação aos outros elementos estruturais. E, em relação às diferenças entre níveis de controle das obras, apesar de algumas apresentarem ISO 9001, não se teve a garantia de execução do cobrimento nominal.