O que eles querem? representações de adolescentes sobre a EJA

Abstract

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil percorreu uma longa trajetória, até assumir a configuração que conhecemos hoje. A partir dos anos 90, com o rebaixamento da idade mínima para o ingresso nesta modalidade o número de jovens nesta modalidade começou a crescer, iniciando o processo de juvenilização da EJA. Os adolescentes da EJA, agora numerosos, são os mesmos que carregam uma carga social negativa, ligados amplamente a inúmeros processos de exclusão, inclusive escolar (Nascimento, 2004) e pré-conceitos sobre seus perfis e demandas. Para desfazer alguns destes pré-conceitos é que concebi este trabalho, que tem por objetivo detectar as representações dos adolescentes da EJA (entre 15 e 18 anos) acerca desta modalidade de ensino, das características a eles atribuídas, dos motivos/razões para que os mesmos frequentem as aulas e se mantenham escolarizados. Para tanto, realizei um estudo de caso na escola em que atuo como professora. Utilizei questionários semiestruturados e entrevista em grupo com a técnica do grupo focal para caracterizar estes adolescentes e ouvir suas considerações. Evidencia-se que a escola é um espaço de formação para a cidadania, onde se observa a limitação advinda das dificuldades dos professores em lidar com a diversidade do grupo e do curto espaço de tempo destinado à formação e às trocas entre estes profissionais que poderia tornar a sistemática de trabalho mais coesa, plural, efetiva e afetiva.