A aula de arte como espaço de inclusão

Abstract

A pesquisa desenvolvida nesta monografia tem como objetivo descrever e analisar as possibilidades de trabalho envolvendo, na aula de artes de uma escola comum da rede municipal de ensino de Porto Alegre, uma aluna com cegueira. Algumas perguntas nortearam o referido estudo: Que relações podem ser estabelecidas entre uma menina cega, a aula de artes e o ensino comum? De que forma é possível trabalhar com essa aluna numa turma de 25 a 30 videntes? Essas questões motivaram as reflexões sobre a visita de uma turma de alfabetização da qual faz parte a aluna com cegueira a uma exposição de arte, abrangendo desde os momentos de preparação do grupo em sala de aula, da aluna durante o atendimento educacional especializado e da visita ao museu de arte, levando-se em consideração o envolvimento e a participação de alunos, professoras e mediadores da exposição. Com base nas reflexões sobre a atividade criadora propostas por Vygotsky, este estudo foi conduzido por meio da pesquisa qualitativa, priorizando a processualidade do trabalho investigativo, contemplando a subjetividade do pesquisador, dos sujeitos e o contexto no qual estavam inseridos. Nessa perspectiva, os dados do presente trabalho foram coletados com a utilização da observação participante como instrumento metodológico. O desenvolvimento da pesquisa mostrou que o trabalho realizado na aula de artes pode permitir aos alunos o confronto com outra forma de viver e relacionar-se, fazendo com que ampliem a idéia que têm sobre a sua vida e oferecendo-lhes outro parâmetro para avaliar o seu mundo. Os resultados da presente investigação fortalecem a compreensão de que o trabalho com artes na escola comum, ao repensar e redimensionar suas práticas, pode contribuir para o processo de inclusão escolar de alunos com cegueira.

The research developed in this thesis aims to describe and analyze the possibilities of work involving art class in a mainstream school in the municipal schools in Porto Alegre, a student with blindness. Some questions that guided the study: What relationships can be established between a blind girl, art class and regular teaching? How can you work with this student in a class with 25 to 30 students who can see? These issues gave rise to reflections on the visit of a group of literacy which includes the blind student to an exhibition of art, ranging from moments of preparation of the group in the classroom, the blind student during the specialized educational assistance and the visit of the art museum, taking into account the involvement and participation of students, teachers and facilitators of the exhibition. Based on the reflections on the creative activity proposed by Vygotsky, this study was conducted through qualitative research, prioritizing the processuality of the investigative work, considering the subjectivity of the researcher, the subjects and the context in which they were inserted. From this perspective, the data of this study was collected using participant observation as a methodological tool. The development of the research showed that the work done in art class can allow students to confrontation with another way to live and interact with others, making it expand the idea they have about their lives and giving them another parameter to assess their world. The results of this investigation strengthen the understanding that working with art in regular school, when rethinking and redimensioning their practices, can contribute to the process of school inclusion of blind students.