Da dissociação à resiliência: a influência das experiências infantis no estilo de defesa em adultos
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Data
2012Autor
Orientador
Co-orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Resumo
Introdução: Muitos estudos têm confirmado a intrínseca relação das experiências na infância com o desenvolvimento do indivíduo, tanto em seus aspectos psicológicos, quanto em seus aspectos biológicos, estruturais e genéticos. Os mecanismos de defesa, a dissociação (como uma defesa primitiva) e a resiliência são medidas indiretas do desenvolvimento psicobiológico do ser humano. Entretanto, ainda existem resultados contraditórios e a forma como ocorre essa relação ainda não é completamente conhec ...
Introdução: Muitos estudos têm confirmado a intrínseca relação das experiências na infância com o desenvolvimento do indivíduo, tanto em seus aspectos psicológicos, quanto em seus aspectos biológicos, estruturais e genéticos. Os mecanismos de defesa, a dissociação (como uma defesa primitiva) e a resiliência são medidas indiretas do desenvolvimento psicobiológico do ser humano. Entretanto, ainda existem resultados contraditórios e a forma como ocorre essa relação ainda não é completamente conhecida. Além disso, o estudo dessas interações pode ajudar a direcionar intervenções no sentido de minimizar os efeitos de traumas precoces bem como potencializar as defesas mais adaptadas, promovendo a resiliência e favorecendo um bom desenvolvimento da personalidade e do ego do indivíduo Método: Este trabalho refere-se aos resultados de um estudo transversal, em que 73 pacientes com indicação de psicoterapia psicodinâmica foram avaliados antes do início do tratamento, bem como 25 indivíduos saudáveis e resilientes, que estiveram expostos a um trauma maior segundo a definição do DSM-IV, mas não desenvolveram sintomatologia psiquiátrica. Os instrumentos aplicados a todos os participantes foram o CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), o DSQ (Defensive Style Questionnaire) e a DES (Dissociative Experiences Scale). Ainda foram coletados 4mL de sangue de cada participante para a posterior dosagem de BDNF. Resultados: Os pacientes com indicação de PP apresentaram mais traumas na infância, uso maior de defesas imaturas, uso menor de defesas maduras, mais experiências dissociativas e maiores níveis de BDNF séricos. Além disso, foi encontrada correlação positiva entre o escore total da CTQ, abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e negligência física com o fator imaturo do DSQ. Os escores da DES também tiveram correlação positiva com o fator imaturo, principalmente a fantasia autística, e com o abuso emocional. Houve correlação negativa do escore total da CTQ, do abuso emocional, abuso sexual e negligência emocional com o fator maduro. A única correlação do fator neurótico foi com a negligência física, positivamente. O BDNF correlacionou-se negativamente com o fator maduro e as defesas de supressão e antecipação. Discussão: Esses resultados estão, em sua maioria, de acordo com estudos prévios e contribuem para confirmar a importante influência das experiências de vida precoce na determinação do funcionamento mental e psicobiológico do indivíduo, o que pode acontecer através de alterações epigenéticas ou em estruturas cerebrais ou ainda na neurobiologia cerebral gerando maior ou menor adaptação aos eventos estressores da vida adulta, isto é, através da reação ao estresse e resiliência. ...
Abstract
Introduction: Many studies have confirmed the close relationship of childhood experiences with the individual development in its psychological, genetic, structural and biological aspects. The defense mechanisms of the dissociation (as a primitive defense) and resiliency are indirect measures of psychobiological development of the human being. However, there are contradictory results and this relationship is still not fully known. Furthermore, the study of these interactions can help direct inte ...
Introduction: Many studies have confirmed the close relationship of childhood experiences with the individual development in its psychological, genetic, structural and biological aspects. The defense mechanisms of the dissociation (as a primitive defense) and resiliency are indirect measures of psychobiological development of the human being. However, there are contradictory results and this relationship is still not fully known. Furthermore, the study of these interactions can help direct interventions to minimize the effects of early trauma and enhance the defenses, promoting resilience and fostering healthy development of individual personality and ego. Method: This study concerns to the results of a cross-sectional study in which 73 patients referred to psychodynamic psychotherapy were evaluated before treatment. Twenty-five healthy and resilient, who were exposed to a major trauma as defined by DSM-IV, but has not developed psychiatric symptoms, were also evaluated. The instruments applied to all the participants were the CTQ (Childhood Trauma Questionnaire), the DSQ (Defensive Style Questionnaire) and the DES (Dissociative Experiences Scale). In addition, it has been collected 4mL of blood from each participant for subsequent measurement of BDNF. Results: Patients referred to PP presented more childhood trauma, greater use of immature defenses, minor use of mature defenses, more dissociative experiences and higher levels of serum BDNF. Moreover, positive correlation was found between the total CTQ scores, emotional abuse, physical abuse, emotional neglect and physical neglect with the DSQ immature factor. The DES scores were also correlated with the immature factor, especially autistic fantasy, and emotional abuse. It has been demonstrated also negative correlation between the total CTQ scores, emotional abuse, sexual abuse and emotional neglect with the DSQ mature factor. Neurotic factor was only correlated with physical neglect, positively. BDNF was negatively correlated with the mature factor and the defenses of suppression and anticipation. Discussion: These results are mostly in agreement with previous studies and contribute to confirm the important influence of early life experiences in determining the individual psychobiological and mental functioning, which may occur through epigenetic changes in brain structures or even in brain neurobiology. These processes probably generate more or less adaptation to stressful events in adulthood, by mechanisms of reaction to stress and resilience. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Psiquiatria.
Coleções
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Ciências da Saúde (9148)Psiquiatria (442)
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