Autonomia e escola pública

Abstract

O presente trabalho tem como foco principal o desenvolvimento da autonomia dos alunos na escola pública, buscando produzir uma reflexão teorizada sobre este tema. Para isto, em um primeiro momento, buscaram-se referenciais teóricos nos estudos de Jean Piaget e Paulo Freire a respeito do que vem a ser a construção da autonomia na criança e os saberes necessários aos educadores quando se pretende incentivá-la na escola. Para fazer uma relação entre a teoria e a prática, foram relatados dois tipos de atividades desenvolvidos numa turma de 4ª série do Ensino Fundamental de 8 anos, numa escola pública da rede estadual da cidade de São Leopoldo: um Projeto de Aprendizagem e a Assembléia de Alunos. Estas atividades visam a desenvolver o espírito investigativo através da pesquisa, o senso crítico, a responsabilidade na tomada de decisões e a autonomia por meio da interação dos alunos com diversas situações de sala de aula. Para ilustrar melhor estas situações, foram relatadas as opiniões dos alunos e de outros profissionais da escola envolvidos no processo. Portanto, a metodologia envolveu revisão bibliográfica, observação participante em sala de aula, entrevistas semi-estruturadas feitas a alguns colegas da escola e análise de produções dos alunos. As análises produzidas permitiram perceber que os Projetos de Aprendizagem provocaram certo gosto pela pesquisa em alguns alunos, o questionamento, a dúvida e a busca de soluções e respostas, levando-os à cooperação, ao respeito às opiniões diversas e à construção de novos saberes, que partiram dos conhecimentos que eles já tinham. Através da Assembléia de Alunos, os alunos realizaram uma reflexão consciente dos seus atos, do que foi bom e do que precisa melhorar, levando-os a entenderem que a cooperação e o respeito mútuo são a base para o bom relacionamento da turma. Tornouse evidente que é preciso um exercício diário em sala de aula para que aconteça a cooperação e o respeito mútuo, aliados ao desenvolvimento do senso crítico e à responsabilidade sobre as ações. Dessa forma, é possível auxiliar os alunos na construção da autonomia, tornando-os cidadãos conscientes e críticos, capazes de exercer seus direitos e deveres, e buscando sempre melhorar sua realidade.