"Minha vó é pouco veia, pouco jovem" : articulações das crianças sobre as representações de velhice

Abstract

Esta pesquisa compreende a velhice como categoria social construída, apontando para a heterogeneidade de experiências dos sujeitos que nela se instituem e considerando a existência de diversidades nas representações de velhice. Problematiza como os atravessamentos dos diferentes discursos, principalmente os visuais, mobilizam os olhares das crianças nas suas concepções sobre velhice e o ser velho. Nela procurei investigar como os olhares das crianças, participantes da pesquisa se produzem a partir das imagens de sujeitos velhos que circulam nos artefatos visuais e no cotidiano infantil, assim como entender se as crianças percebem modos de ser velho dentro de pluralidades como gênero, condições socioeconômicas, etapas cronológicas entre outros. Realizei encontros com crianças de cinco anos, frequentadoras do Jardim B de uma Escola Estadual de Porto Alegre. Utilizei a técnica de grupo focal, conversando com as crianças a partir da exibição de imagens. Os Estudos da Cultura Visual e da Experiência de Envelhecimento permitiram discutir a problemática de pesquisa, salientando a elaboração das crianças de uma categoria intermediária à velhice como forma de perceber tanto as experiências plurais de ser velho quanto de lidar com os estereótipos de uma velhice estigmatizada por marcas e fragilidades corporais.