O acolhimento institucional de recém-nascidos : análise das situações encaminhadas ao judiciário no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas com desfecho em acolhimento institucional

Abstract

O presente Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) analisou as situações atendidas em um Hospital Municipal Materno-Infantil de Porto Alegre com solicitação de medidas protetivas ao Juizado da Infância e Juventude (JIJ) para recém-nascidos, no ano de 2022, que tiveram como desfecho o acolhimento institucional da criança. A pesquisa contemplou a leitura dos Relatórios Sociais enviados pelo Hospital ao Judiciário com solicitação de medidas protetivas e os Despachos Judiciais com decisão de acolhimento institucional. Como resultados foram identificados 61 envios de solicitação de medidas protetivas aos recém-nascidos. Destes, 38 tiveram como desfecho o acolhimento institucional, 2 foram situações de entrega responsável e em 21 as crianças tiveram alta com a família extensa. A análise contou com três categorias de dados, sendo: a) dados referentes ao perfil das famílias atendidas, b) dados referentes ao atendimento realizado durante a internação hospitalar, e; c) dados referentes a decisão de acolhimento institucional. Atualmente, os maiores motivadores para o acolhimento institucional se relacionam com o uso de drogas pelas mães, história pregressa das famílias, trajetória nas ruas, exposição a IST’s, entre outros. Evidencia-se a ausência de políticas públicas capazes de atender às demandas dessas famílias e uma reprodução de situações que tendem a responsabilizar e culpabilizar as famílias por questões estruturais existentes em uma sociedade capitalista e desigual.

El presente trabajo realizó el análisis de las situaciones atendidas en un Hospital Municipal Materno-Infantil de Porto Alegre con solicitud de medidas protectoras al Juzgado de la Infancia y la Juventud (JIJ) para recién nacidos, en el año 2022, que tuvieron como desenlace el acogimiento institucional del niño. La investigación incluyó la lectura de los documentos escritos por los trabajadores sociales del Hospital al Poder Judicial con solicitud de medidas protectoras y las decisiones judiciales con decisión de acogimiento institucional. En los resultados, se identificaron 61 situaciones dentro de los criterios, de los cuales 38 tuvieron como desenlace el acogimiento institucional, 2 fueron situaciones de entrega responsable y en 21 casos los niños fueron dados de alta con la familia extensa. El análisis contó con tres categorías de datos, a saber: a) datos referentes al perfil de las familias atendidas, b) datos referentes al atención realizada durante la internación, y; c) datos referentes a la decisión de acogimiento institucional. Actualmente, los mayores motivadores para el acogimiento institucional se relacionan con el uso de drogas por parte de las madres, la historia pasada de las familias, la trayectoria en las calles, la exposición a infecciones de transmisión sexual (IST), entre otros. Se evidencia la ausencia de políticas capaces de atender las demandas de estas familias y una reproducción de situaciones que tienden a responsabilizar y culpar a las familias por cuestiones estructurales existentes en una sociedad capitalista y desigual.