Saúde mental e gênero : a escuta de trabalhadoras/es na saúde pública
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Date
2024Author
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Academic level
Master
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Subject
Abstract in Portuguese (Brasil)
O presente trabalho discute como as questões de gênero estão sendo escutadas nos atendimentos de saúde mental em serviços públicos na cidade de Guaíba/RS. Os vetores de investigação buscaram entender os processos de escuta de profissionais, analisando a relação entre os princípios da Reforma Psiquiátrica e as questões femininas nos atendimentos, além das lógicas sociais, culturais e teóricas que orientam essa escuta. A abordagem crítico-feminista foi utilizada para analisar a intervenção de tra ...
O presente trabalho discute como as questões de gênero estão sendo escutadas nos atendimentos de saúde mental em serviços públicos na cidade de Guaíba/RS. Os vetores de investigação buscaram entender os processos de escuta de profissionais, analisando a relação entre os princípios da Reforma Psiquiátrica e as questões femininas nos atendimentos, além das lógicas sociais, culturais e teóricas que orientam essa escuta. A abordagem crítico-feminista foi utilizada para analisar a intervenção de trabalhadoras/es no sofrimento psíquico das mulheres, destacando a interseccionalidade. Foram abordados a relação entre a Reforma Psiquiátrica, os serviços de saúde mental no SUS e a psicologia, vinculando essas práticas às questões femininas, ao gênero e ao feminismo. A cartografia juntamente com análise de implicação e sobreimplicação estiveram presentes no acompanhamento desses processos e na produção de dados, por meio de visitas a reuniões de equipe, entrevistas e diário de campo. As narrativas das profissionais revelaram suas percepções sobre ser mulher, as demandas trazidas aos atendimentos, suas redes de apoio e os fatores que protegem ou vulnerabilizam sua saúde mental. A identificação das profissionais com seu gênero e o uso do masculino como comparação foram recursos destacados nas discussões sobre as intervenções. Nesse contexto, questões como sobrecarga feminina, cuidado e violências foram temas frequentes. Embora a interseccionalidade tenha sido considerada uma ferramenta de análise, sua presença nas intervenções ainda é limitada. As profissionais também apontaram sobrecarga de trabalho e falta de formação continuada em saúde, além da dificuldade de abordar temas de gênero nas equipes. Nessa perspectiva, a pesquisa destaca a necessidade de políticas de educação permanente para retomar os princípios da Reforma Psiquiátrica e enfrentar as contrarreformas recentes, além da urgência de promover discussões feministas e interseccionais para as políticas de saúde mental e seus equipamentos, bem como de toda a RAPS do município. ...
Abstract
The present work discusses how gender issues are being addressed in mental health services in Guaíba, RS. The investigation sought to understand the listening processes of professionals, analyzing the relationship between the principles of the Psychiatric Reform and women's issues in the services, along with the social, cultural, and theoretical logics that guide this listening. A criticalfeminist approach was used to analyze the interventions of workers in the psychological suffering of women, ...
The present work discusses how gender issues are being addressed in mental health services in Guaíba, RS. The investigation sought to understand the listening processes of professionals, analyzing the relationship between the principles of the Psychiatric Reform and women's issues in the services, along with the social, cultural, and theoretical logics that guide this listening. A criticalfeminist approach was used to analyze the interventions of workers in the psychological suffering of women, highlighting intersectionality. The relationship between the Psychiatric Reform, mental health services within the SUS, and psychology was examined, linking these practices to women's issues, gender, and feminism. Cartography, along with implication and overimplication analysis, was utilized to follow these processes and produce data through visits to team meetings, interviews, and field notes. The narratives of the professionals revealed their perceptions of being women, the demands presented in the services, their support networks, and the factors that protect or make their mental health vulnerable. The professionals' identification with their gender and the use of the masculine as a point of comparison were emphasized in discussions about interventions. Issues such as female overload, caregiving, and violence were frequent topics. Although intersectionality was considered an analytical tool, its presence in interventions remains limited. The professionals also noted work overload and a lack of ongoing education in health, as well as difficulties in addressing gender topics within the teams. The research highlights the need for policies promoting continuing education to revisit the principles of the Psychiatric Reform and confront recent counter-reforms, as well as the urgency of fostering feminist and intersectional discussions for mental health policies and their facilities, along with the entire municipal RAPS. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia, Serviço Social, Saúde e Comunicação Humana. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.
Collections
-
Humanities (7939)
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