Ancestranálise : cartas aos filhos da trincheira

Abstract

Esta dissertação tem por objetivo a gestação da ancestranálise como nova proposta epistemológica fecundada por aqueles/as que antecederam a nós, população negra brasileira contemporânea. Tal abordagem epistemológica é placentalmente nutrida pela violência branca colonial, mas também é umbilicalmente ligada às estratégias de sobrevivência que nós desenvolvemos diante dos terrores da diáspora. A proposta é que esta carta ancestranalítica seja uma membrana placentária dentro da sociedade brasileira forjada pela violência da miscigenação. O desejo é de que os elementos ancestranalíticos possam nutrir o povo negro, forcepsando uma consciência racial radicalmente crítica que historicamente vem sendo abortada. A redistribuição, demarcação do violento dispositivo da racialidade aqui servira como ferramenta de anembrionarização da epistemologia branca, hegemônica, uma espécie de autópsia da natimortização da branquitude.

The aim of this dissertation is to gestate ancestranalysis as a new epistemological proposal fertilized by those who preceded us, the contemporary Black Brazilian population. This epistemological approach is placentally nourished by colonial white violence, but it is also umbilically linked to the survival strategies we developed in the face of the terrors of the diaspora. The proposal is that this ancestranalytical letter be a placental membrane within Brazilian society forged by the violence of miscegenation. The hope is that the ancestranalytic elements can nourish the Black people, forcing a radically critical racial consciousness that has historically been aborted. Redistribution, the demarcation of the violent device of raciality, will serve here as a tool for the anembryonicization of hegemonic white epistemology, a kind of autopsy of the natimortization of whiteness.