Estabilidade dos mini-implantes ortodônticos : uma síntese das evidências da última década

Abstract

Como uma forma de reunir as informações disponíveis, surgiram as Revisões Sistemáticas, termo relatado na literatura pela primeira vez em 1995, substituindo os ensaios controlados randomizados no topo da hierarquia das evidências científicas. Na Ortodontia, o número de revisões sistemáticas tem aumentado ao longo dos anos e vários temas têm sido contemplados. Dentre eles, a ancoragem esquelética é um tema de grande interesse clínico, uma vez que se apresenta como um recurso de potencial influência na eficiência do tratamento ortodôntico. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi sintetizar as informações obtidas das revisões sistemáticas realizadas na última década para auxiliar o clínico na tomada de decisão clínica sobre o uso dos mini-implantes. Para realização do estudo foram selecionadas na base de dados PubMed, revisões sistemáticas que incluíssem ensaios clínicos, estudos observacionais prospectivos ou retrospectivos ou de coorte publicadas no período de 1º de janeiro de 2012 a 30 de novembro de 2022. Dos artigos analisados, 12 foram selecionados para a realização do estudo. Os resultados indicaram que em geral, os mini-parafusos apresentaram uma alta taxa de sucesso, com ligeira variabilidade entre os estudos, tendo baixas taxas de morbidades quando comparados as ancoragens tradicionais, além de se mostrar mais eficazes. Sendo recomendado a sua utilização como ancoragem se as condições de implantação o permitirem. No entanto, não há evidências fortes para confirmar qual sistema de ancoragem óssea é o mais eficaz para a movimentação dentária ortodôntica. Sobre as taxas de sucesso em relação ao torque, a densidade óssea e geometria, os autores recomendam pesquisas adicionais. Em relação aos fatores associados a taxa de falha, apesar das mesmas serem aceitavelmente baixas, os resultados devem ser interpretados com cautela, devido ao alto nível de heterogeneidade dos estudos incluídos. Nos estudos analisados, a localização assim como, a proximidade das raízes adjacentes, a qualidade do osso, o tipo de mucosa e a experiência do operador tiveram influência na taxa de falha.

As a way of gathering available information, Systematic Reviews emerged, a term reported in the literature for the first time in 1995, replacing randomized controlled trials at the top of the hierarchy of scientific evidence. In Orthodontics, the number of systematic reviews has increased over the years and several topics have been covered. Among them, skeletal anchorage is a topic of great clinical interest, since it presents itself as a resource with potential influence on the efficiency of orthodontic treatment. Therefore, the objective of this study was to synthesize the information obtained from systematic reviews carried out in the last decade to assist the clinician in making clinical decisions about the use of mini-implants. To carry out this study, systematic reviews were selected from the PubMed database, including clinical trials, prospective or retrospective observational or cohort studies published from January 1, 2012 to November 30, 2022. Of the articles analyzed, 12 were selected for carrying out the study. The results indicated that, in general, miniscrews had a generally high average success rate, with slight variability between studies, having low morbidity rates when compared to traditional anchorage, in addition to proof being more effective. Its use as an anchorage is recommended if the implantation conditions allow it. However, there is no strong evidence to confirm which bone anchorage system is most effective for orthodontic tooth movement. Regarding success rates in relation to torque, bone density and geometry, the authors recommend further research. Regarding the factors associated with the failure rate, although they are acceptably low, the results must be interpreted with caution, due to the high level of heterogeneity of the included studies. In the analyzed studies, the location as well as the proximity of adjacent roots, bone quality, type of mucosa and operator experience had an influence on the failure rate.