Prevalence and burden of youth mental disorders : toward a staged public health framework
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2025Author
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Doctorate
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Prevalência e carga dos transtornos mentais em jovens : rumo a um modelo de estadiamento em saúde pública
Subject
Abstract
Ao redor do mundo, os transtornos mentais são reconhecidos por sua importante contribuição para a carga de doença e por seu profundo impacto social e econômic o . A dificuldade de enfrentar essa ampla carga tem sido atribuída, ao menos em parte, a um paradigma binário que entende os transtornos mentais como condições de contornos bem definidos, que estão presentes (quando atendem a critérios diagnósticos padronizados) ou ausentes (quando tais critérios não são plenamente atendidos ). Embora ess ...
Ao redor do mundo, os transtornos mentais são reconhecidos por sua importante contribuição para a carga de doença e por seu profundo impacto social e econômic o . A dificuldade de enfrentar essa ampla carga tem sido atribuída, ao menos em parte, a um paradigma binário que entende os transtornos mentais como condições de contornos bem definidos, que estão presentes (quando atendem a critérios diagnósticos padronizados) ou ausentes (quando tais critérios não são plenamente atendidos ). Embora esse modelo binário, centrado em definir um diagnóstico, tenha promovido avanços na pesquisa e n a padronização do cuidado, ele também tem sido criticado pela limitada utilidade em refletir a natureza e o curso dos transtornos mentais e orientar t anto o melhor momento para realizar intervenções quanto para determinar a intensidade dessas intervenções. Uma das principais limitações do paradigma binário é sua incapacidade de integrar sintomas iniciais e inespecíficos, bem como trajetórias de desenvolvimento, especialmente na infância e na adolescência . Tendo em vista que os critérios diagnósticos foram em geral definidos com base em quadros mais graves observados em adultos, manifestações precoces que não atendem limiares bem definidos frequentemente são ignoradas. Isso resulta em atrasos no cuidado, perda de oportunidades de prevenção e impactos duradouros sobre o bem - estar dos jovens. Na saúde pública mental , que tem como objetivo promover o bem - estar, prevenir transtornos e melhorar a cobertura e a coordenação do tratamento, esse desencaixe pode ria explicar por que a carga global dos transtornos mentais permanece elevada. Para enfrentar esses desafios , a presente tese propõe uma perspectiva de curso de vida na abordagem do risco, d a prevalência e d a carga de incapacidade associada aos transtornos mentais em crianças e adolescentes , assim como um modelo alternativo ao modelo binário para guiar a tomada de decisões em saúde pública mental. Inicialmente, é apresentada uma análise de dados secundários derivados de levantamentos globais ( Demographic and Health Surveys, Multiple Indicator Cluster Surveys e Global School - based Student Health Survey ) para estimar a prevalência de fatores de risco na infância e adolescência . A seguir, a tese estima a prevalência e a carga de incapacidade associada aos transtornos mentais , assim como a mortalidade por suicídio , em crianças, adolescentes e jovens brasileiros (com dados do estudo Global Burden of Disease ) . Em sequência, apresenta um modelo de estadiamento transdiagnóstico que se diferencia da abordagem binária ao refletir de modo mais fiel os padrões de desenvolvimento e progressão dos sintomas observáveis no dia a dia. Desse modo, o modelo de estadiamento transdiagnóstico introdu z um contínuo que vai do Estágio 0 (população geral, incluindo indivíduos com risco elevado para transtornos mentais) até o Estágio 4 (quadros graves, crônicos ou difíceis de tratar), possibilitando intervenções mais precoces e suporte mais personalizado. Em seu conjunto, este trabalho argumenta em favor d a transição de um modelo diagnóstico binário para um contínuo fluido de estágios , capaz de orientar de modo mais eficaz ações de prevenção e cuidado e políticas destinadas a reduzir a carga dos transtornos mentais. ...
Abstract in Portuguese (Brasil)
Mental disorders are widely acknowledged as a major source of disease burden, with profound societal and economic impact worldwide. The difficulty in confronting this broad burden has been attributed, at least in part, to a binary paradigm that views mental disorders as conditions with well-defined boundaries, which are either present (if they meet standardized diagnostic criteria) or absent (if such criteria are not fully met). While this binary, diagnosis-centered model has promoted research ...
Mental disorders are widely acknowledged as a major source of disease burden, with profound societal and economic impact worldwide. The difficulty in confronting this broad burden has been attributed, at least in part, to a binary paradigm that views mental disorders as conditions with well-defined boundaries, which are either present (if they meet standardized diagnostic criteria) or absent (if such criteria are not fully met). While this binary, diagnosis-centered model has promoted research advances and standardized care, it has also been criticized for its limited utility in reflecting the nature and course of mental disorders and guiding both the timing and the intensity of interventions. One of the primary limitations of the binary paradigm is its inability to integrate early, nonspecific symptoms and developmental trajectories, especially among children and adolescents. Given that diagnostic criteria have generally been defined based on more severe presentations observed in adults, early manifestations that do not meet strict thresholds are often overlooked. This results in delayed care, loss of prevention opportunities, and long-lasting impacts on young people’s wellbeing. In public mental health, which aims to promote wellbeing, prevent disorders, and improve treatment coverage and coordination, this misalignment could help explain why the global burden of mental disorders remains high. To address these challenges, the present dissertation explores a life-course perspective on the risk, prevalence, and disability burden associated with mental disorders in children and adolescents, as well as an alternative to the binary model that could be useful for guiding decision-making in public mental health. First, it presents an analysis of secondary data derived from global surveys (Demographic and Health Surveys, Multiple Indicator Cluster Surveys, and the Global School-based Student Health Survey) to estimate the prevalence of childhood and adolescent risk factors. Next, it estimates the prevalence and disability burden associated with mental disorders, as well as mortality from self-harm, in children, adolescents, and young Brazilians (using data from the Global Burden of Disease study). Then, it proposes a transdiagnostic staging model that differs from the binary approach by more accurately reflecting real-world patterns of symptom development and progression. In this way, the transdiagnostic staging model introduces a continuum from Stage 0 (the general population, including individuals at elevated risk of mental disorders) to Stage 4 (severe, chronic, or difficult-to-treat presentations), enabling earlier interventions and more personalized support. Taken together, this work argues in favor of transitioning from a binary diagnostic model to a fluid continuum of stages that can more effectively guide prevention, care, and policies aimed at reducing the burden of mental disorders. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do Comportamento.
Collections
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Health Sciences (9565)Psychiatry (461)
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