Burburka Soomaaliya : guerra e colapso do Estado Somali (1988 2000)
Visualizar/abrir
Data
2025Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Este estudo analisa o colapso do Estado somali em 1991 a partir de uma perspectiva histórica e sistêmica, desafiando explicações reducionistas que atribuem a instabilidade à fragmentação clânica. A pesquisa insere a Somália no contexto mais amplo do sistema-mundo capitalista, explorando como fatores estruturais e geopolíticos moldaram o destino do país. Nesse sentido, entende-se o papel significativo dos constrangimentos oferecidos pela estrutura, ao mesmo tempo em que, por outro lado, consider ...
Este estudo analisa o colapso do Estado somali em 1991 a partir de uma perspectiva histórica e sistêmica, desafiando explicações reducionistas que atribuem a instabilidade à fragmentação clânica. A pesquisa insere a Somália no contexto mais amplo do sistema-mundo capitalista, explorando como fatores estruturais e geopolíticos moldaram o destino do país. Nesse sentido, entende-se o papel significativo dos constrangimentos oferecidos pela estrutura, ao mesmo tempo em que, por outro lado, considera a capacidade de agência dos Estados frente a essas restrições. Nesse sentido, busca-se nesse trabalho avaliar as capacidades estatais, estruturais e particulares da Somália, que contribuíram para o colapso do Estado em 1991. A identificação dessas fragilidades torna-se essencial para compreender os desafios e as demandas necessárias ao desenvolvimento político e socioeconômico que possibilitem a reconstrução dessas forças frente as limitações impostas pelo capitalismo na periferia. Como pesquisa qualitativa, este estudo de caso analisa o roteiro de construção e destruição do Estado somali, entendendo a história como empiria nas Relações Internacionais. Dessa forma, entende-se que a Guerra do Ogaden (1977-1978) marcou um ponto de inflexão, aprofundando divisões internas, ampliando a dependência externa e consolidando o país como um espaço estratégico para os interesses das grandes potências, especialmente dos Estados Unidos. A partir dos anos 1980, a marginalização da África no cenário internacional e a adoção de políticas neoliberais agravaram a crise somali, intensificando desigualdades e fragmentando ainda mais o poder estatal. A intervenção estrangeira, justificada ora pela segurança, ora pela estabilização, reforçou dinâmicas de dominação e impediu a reconstrução de um Estado funcional. O estudo evidencia que a crise somali não pode ser compreendida isoladamente, mas sim como um fenômeno inserido nas contradições do capitalismo global e na reconfiguração da ordem mundial pós-Guerra Fria, fornecendo uma análise crítica das relações internacionais e da perpetuação da desigualdade estrutural na periferia global. ...
Abstract
This study analyzes the collapse of the Somali state in 1991 from a historical and systemic perspective, challenging reductionist explanations that attribute instability to clan fragmentation. The research situates Somalia within the broader context of the capitalist world system, exploring how structural and geopolitical factors shaped the country's fate. In this sense, it acknowledges the significant constraints imposed by the system’s structure while also considering the agency of states in ...
This study analyzes the collapse of the Somali state in 1991 from a historical and systemic perspective, challenging reductionist explanations that attribute instability to clan fragmentation. The research situates Somalia within the broader context of the capitalist world system, exploring how structural and geopolitical factors shaped the country's fate. In this sense, it acknowledges the significant constraints imposed by the system’s structure while also considering the agency of states in navigating these limitations. Thus, the study aims to assess Somalia’s state, structural, and particular capacities that contributed to the state's collapse in 1991. Identifying these weaknesses is essential for understanding the challenges and demands necessary for political and socioeconomic development that could enable the reconstruction of these forces in the face of capitalism's limitations in the periphery. As a qualitative research study, this case study examines the trajectory of state-building and state collapse in Somalia, viewing history as empirical evidence within International Relations. In this regard, the Ogaden War (1977–1978) is understood as a turning point that deepened internal divisions, increased external dependence, and solidified Somalia as a strategic space for the interests of major powers, particularly the United States. From the 1980s onward, Africa’s marginalization in the international arena and the adoption of neoliberal policies exacerbated the Somali crisis, intensifying inequalities and further fragmenting state power. Foreign intervention, justified at times by security concerns and at others by stabilization efforts, reinforced dynamics of domination and prevented the reconstruction of a functional state. The study highlights that the Somali crisis cannot be understood in isolation but rather as a phenomenon embedded in the contradictions of global capitalism and the reconfiguration of the post-Cold War world order. It offers a critical analysis of international relations and the perpetuation of structural inequality in the global periphery. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política.
Coleções
-
Ciências Humanas (7921)Ciência Política (553)
Este item está licenciado na Creative Commons License


