Mostrar el registro sencillo del ítem

dc.contributor.advisorMarques, Pâmela Marconattopt_BR
dc.contributor.authorMendonça e Mendonça, Lilian Aldina Pereirapt_BR
dc.date.accessioned2025-08-06T06:57:40Zpt_BR
dc.date.issued2025pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/294765pt_BR
dc.description.abstractA tese Bentana Fiu na Bida Teínha, é um mergulho profundo nas vivências e saberes da tabanka Blon na atual Guiné-Bissau, devolvendo aos seus habitantes o direito de nomear e compreender os conceitos de fome e pobreza a partir de suas realidades próprias. A tese propõe uma leitura contra-colonial, questionando as interpretações ocidentais impostas ao continente africano e resgatando a força espiritual, cultural e comunitária da tabanka. Pesquisa autoetnográfica que é um retorno às raízes, uma reafirmação da identidade e da ancestralidade, tecida com as histórias e memórias do povo então guineense. O primeiro capítulo apresenta a trajetória de uma jovem africana desde a infância, destacando a força da espiritualidade africana, os ensinamentos da terra e sua formação acadêmica na diáspora brasileira. Descreve o desabrochar da escrita como uma sintonia entre mente e coração, onde a prática da escrita se torna uma conquista artística. Ressalta a incorporação da língua portuguesa pela gumbé, carregada de emoção, amor e memórias, e a materialização da oralidade na escrita como forma de valorizar a terra, a coletividade e os espíritos, com uma perspectiva de cuidado integral. Enfatiza ainda a responsabilidade de continuar restaurando e preservando os saberes ancestrais que conectam corpo-terra-espírito. No segundo capítulo, a tese reflete sobre o poder das tabankas como guardiãs de saberes ancestrais, traçando uma conexão entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e as práticas de vida vividas nessas comunidades. Ao explorar o sentido da fome e da pobreza pelas lentes das tabankas, a tese revela como essas noções, tão centralizadas nas visões ocidentais, são reinterpretadas e vividas de maneira diversa e profunda nas realidades locais. O terceiro capítulo narra a jornada pessoal da autora de volta à tabanka Blon, onde se reconecta com o campo de pesquisa e com as suas próprias origens. Com sensibilidade e respeito, a autora explora a flexibilidade dos papéis sociais dentro das moransas, da agricultura à criação de animais, refletindo sobre os desafios de viver em harmonia com a natureza em um contexto que muda rapidamente. No quarto capítulo, a tese examina as lógicas de "abundância", "prosperidade" e "sustento", revelando como a solidariedade material e moral — expressa no conceito de koitadesa — dentro da filosofia da kabaz, contrapõe-se às lógicas do capitalismo e do Estado. As práticas de cuidado e reciprocidade nas tabankas oferecem uma alternativa vibrante e enraizada, mostrando como essas comunidades resistem às imposições externas e preservam seus modos de vida. A tese é, acima de tudo, uma escrita de cura, onde a oralidade se materializa em escrita e se torna um instrumento de restauração. O retorno às suas raízes, aos saberes compartilhados na oralidade, se torna uma forma de contracolonização, onde a academia é desafiada e transformada. Este trabalho não apenas desafia o monopólio ocidental do conhecimento, mas também propõe uma nova forma de entender o desenvolvimento, enraizada nas histórias, saberes e práticas das tabankas. Através de uma escrita íntima, sensível e politicamente engajada, a tese oferece uma poderosa contribuição para as epistemologias do Sul, afirmando que as respostas para questões globais como fome e pobreza devem emergir dos próprios territórios e povos que as vivenciam à sua maneira.pt_BR
dc.description.abstractThe thesis “Bentana Fiu na Bida Teínha” is a profound exploration of the experiences and knowledge of the Blon tabanka in present-day Guinea-Bissau, restoring to its inhabitants the right to name and understand the concepts of hunger and poverty from their own realities. It proposes a decolonial reading, challenging Western interpretations imposed on the African continent and reclaiming the spiritual, cultural, and communal strength of the tabanka. This autoethnographic research is a return to roots, a reaffirmation of identity and ancestry, woven with the stories and memories of the Guinean people. The first chapter traces the journey of a young African woman from childhood, highlighting the power of African spirituality, teachings from the land, and her academic formation in the Brazilian diaspora. It describes the blossoming of writing as a harmony between mind and heart, where writing practice becomes an artistic achievement. It emphasizes the incorporation of the Portuguese language by the gumbé, filled with emotion, love, and memories, and the materialization of orality into writing as a way to value land, community, and spirits, with a perspective of holistic care. It also stresses the responsibility to continue restoring and preserving ancestral knowledge that connects body-land-spirit. The second chapter reflects on the power of tabankas as guardians of ancestral knowledge, linking the UN Sustainable Development Goals (SDGs) with the lived practices of these communities. By exploring hunger and poverty through the tabankas’ lens, the thesis reveals how these notions, so centered on Western views, are reinterpreted and deeply experienced in local realities. The third chapter narrates the author’s personal journey back to the Blon tabanka, reconnecting with the research field and her origins. With sensitivity and respect, the author explores the flexibility of social roles within the moransas, from agriculture to animal husbandry, reflecting on the challenges of living in harmony with nature in a rapidly changing context. The fourth chapter examines the logics of "abundance," "prosperity," and "sustenance," revealing how material and moral solidarity—expressed in the concept of koitadesa within the kabaz philosophy—contrasts with capitalist and state logics. The care and reciprocity practices in the tabankas offer a vibrant and rooted alternative, showing how these communities resist external impositions and preserve their ways of life. Above all, the thesis is a writing of healing, where orality materializes into writing and becomes a tool for restoration. Returning to roots and shared oral knowledge becomes a form of decolonization, challenging and transforming academia. This work not only contests the Western monopoly on knowledge but also proposes a new way of understanding development, rooted in the histories, knowledge, and practices of the tabankas. Through intimate, sensitive, and politically engaged writing, the thesis makes a powerful contribution to Southern epistemologies, affirming that answers to global issues like hunger and poverty must emerge from the territories and peoples who experience them in their own way.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectHungeren
dc.subjectFomept_BR
dc.subjectPobrezapt_BR
dc.subjectPovertyen
dc.subjectCounter-colonialityen
dc.subjectGuiné-Bissaupt_BR
dc.subjectKoitadesaen
dc.subjectAncestryen
dc.subjectSolidarityen
dc.titleBentana Fiu na Bida Teínha : devolvendo a nomenclatura e os sentidos, da fome e da pobreza aos seus criadores, apoiada nos caminhos e vivências da Tabanka Blon na atual Guiné-Bissaupt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001289656pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Ciências Econômicaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Ruralpt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2025pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Ficheros en el ítem

Thumbnail
   

Este ítem está licenciado en la Creative Commons License

Mostrar el registro sencillo del ítem