Prevalência de sequelas após luxação intrusiva de dentes decíduos : uma revisão sistemática e meta-análise

Abstract

A presente revisão sistemática visou avaliar a prevalência de sequelas em dentes decíduos e sucessores permanentes após a luxação intrusiva de dentes decíduos. As bases de dados PubMed/MEDLINE, Scopus, Embase, LILACS, Scielo, Turning Research Into Practice e Google Acadêmico foram consultadas até agosto de 2024. Estudos observacionais retrospectivos e prospectivos que avaliaram as sequelas em dentes decíduos e/ou permanentes sucessores após a luxação intrusiva de dentes decíduos foram incluídos. Os seguintes critério de exclusão foram considerados: estudos que incluíram outros tipos de trauma na mesma análise,estudos que avaliaram apenas um tipo de sequela/desfecho específico, estudos que avaliaram mais de uma sequela/desfecho para o mesmo dente e estudos com dados inconsistentes. Dois pesquisadores de forma independente selecionaram os estudos, extraíram os dados e avaliaram o risco de viés. Quatro desfechos foram considerados: sequelas clínicas e radiográficas em dentes decíduos e sequelas clínicas e radiográficas em dentes permanentes sucessores. Foi realizada meta-análise utilizando modelo de efeitos aleatórios. A análise estatística foi realizada através R language (versão R 4.1.2), foi considerado o nível de significância de 5%. Dos 1884 estudos potencialmente relevantes, 59 foram selecionados para análise do texto na integra e dez foram incluídos na revisão sistemática. A prevalência de sequelas clínicas em dentes decíduos foi de 26% (95% IC 0.14 – 0.40, I² = 79%) e em dentes permanentes foi de 36% (95% IC 0.17 – 0.58, I² = 88%). Os desfechos radiográficos apresentaram uma prevalência de 1% (95% IC 0.00 – 0.06 I² = 0%) em dentes permanentes e 17% em dentes decíduos (95% IC 0.06 – 0.32, I² = 78%). Os dados agrupados apresentaram uma prevalência de sequelas clínicas e radiográficas em dentes decíduos de 26% e 17%, respectivamente. Em relação aos dentes permanentes sucessores, a prevalência de desfechos clínicos e radiográficos foi de 36% e 1% respectivamente.

This systematic review aimed to investigate the prevalence of sequelae in primary teeth and permanent successors after intrusive luxation of primary teeth. Electronic databases (PubMed/MEDLINE, Scopus, Embase, LILACS, Scielo, Turning Research Into Practice databases and Google Schoolar) were searched up to August 2024. Retrospective and prospective observational studies that evaluated the sequelae in primary teeth and/or permanent successors after intrusive luxation of primary teeth were included. The following exclusion criteria were considered: studies that included other types of dental trauma in the same analysis; studies that evaluated only one type sequelae/outcome; papers that evaluated more than one sequelae/outcome for the same tooth, and data inconsistency. Two reviewers independently selected the studies, extracted data, and assessed the risk of bias. Four outcomes were considered: clinical and radiographic sequelae in primary teeth, and clinical and radiographic sequelae in permanent successors. Conventional meta-analyses were performed using a random-effects model. Statistical analyses were performed using R language (version R 4.1.2), at a significance level of 5%. Results: Of the 1,884 potentially relevant studies, 59 were selected for fulltext analysis, and 10 were included in the systematic review. The prevalence of clinical sequelae in primary teeth was 26% (95% CI 0.14 – 0.40, I² = 79%) and in permanent teeth was 36% (95% CI 0.17 – 0.58, I² = 88%). For radiographic outcomes the prevalence was 1% (95% CI 0.00 – 0.06 I² = 0%) in permanent teeth and 17% in primary teeth (95% CI 0.06 – 0.32, I² = 78%). Pooled data found prevalence of clinical and radiographic sequelae in primary teeth of 26% and 17%, respectively. Regarding the sequelae in permanent successors, the prevalence of clinical and radiographic outcomes was of 36% and 1%, respectively.