Cenários artísticos : espaço de interações infantis

Abstract

Este trabalho refere-se à análise de minha trajetória como professora da etapa infantil do Colégio João XXIII, uma Instituição da rede privada de ensino da cidade de Porto Alegre, onde desde 2007 tenho trabalhado com a construção de espaços lúdicos no ambiente de sala de aula, os quais chamo de “cenário”. Experiência que contextualizou um importante momento de reflexão e ressignificação das concepções que envolveram minha prática enquanto mediadora entre as crianças e o conhecimento, numa perspectiva de relação, ação, criação, imaginação, movimento, poética e transformação, com ênfase nas múltiplas possibilidades artísticas. Acreditando na importância de buscar entendimentos relacionados à espaços e tempos da aprendizagem, à complexidade da natureza humana (que a escola insiste em fragmentar) e ao princípio da incerteza, do inusitado, do imprevisto que tanto assusta os educadores das escolas infantis, procurei apoio em alguns autores como Edgar Morin, Gaston Bachelard e Sandra Richter, os quais tenho buscado inspiração e apoio teórico para fundamentar minhas reflexões relacionadas à construção desses ambientes entrelaçando arte e educação. O estudo foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica, juntamente com a observação e leitura da minha experiência direta com as crianças e com a análise dos registros em diário de campo, fotografias e filmagens. A partir destas vivências pude constatar que o espaço do atelier como atividade permanente nas instituições educacionais, favorece o processo contínuo de comunicação entre as crianças, professores e comunidade, predominando a liberdade expressiva, cognitiva e simbólica.

This work analyzes my trajectory as a kindergarten teacher at the Colégio João XXIII, which is a privet school in the city of Porto Alegre, where, since 2007, I have been working with the construction of playful spaces in the classroom environment, which I call “scenery“. That experience represented to myself an important moment of reflection and brought a new meaning to the conceptions that supported my practice while a mediator between the children and the knowledge, in a perspective of relation, action, creation, imagination, movement, poetics and transformation, with emphasis in the multiple artistic possibilities. Believing in the importance of pursuing understandings related to spaces and times of learning, to the complexity of the human nature (which the school insists in breaking up), and to the principle of the uncertainty, of the unusual, and of the unexpected, that so much frightens the preschool educators, I looked for support in some authors like Edgar Morin, Gaston Bachelard and Sandra Richter, in which I have been looking for inspiration and theoretical support to substantiate my reflections related to the construction of these environments that intertwine art and education. This study consisted in a bibliographical revision and the observation and reading of my direct experience with the children, as well as the analysis of field diary registers, photographs and filming. From these experiences I could perceive that the atelier space, as a permanent activity center in the education institutions, favors the continuous communication process between the children, teachers and community, supporting the expressive, cognitive and symbolic freedom.