Olhar interseccional para a inclusão de uma aluna negra diagnosticada com transtorno do espectro autista na Educação Física

Abstract

A interseccionalidade surge como uma ferramenta valiosa para compreender e abordar os desafios de inclusão enfrentados na Educação Física. O presente trabalho tem como objetivo se utilizar do olhar interseccional para compreender como se deu o processo de inclusão de uma aluna negra diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista de primeiro ano do ensino fundamental, através de uma Educação Física inclusiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa. Para realizar essa análise o presente trabalho se propôs a realizar entrevistas de caráter semi-estruturadas com os estagiários que atuaram com a aluna em questão, assim como o professor responsável pelo estágio e a professora de sala da turma da aluna. Os dados coletados foram então analisados, com a ferramenta de análise de conteúdo e organizada em três categorias: sentimentos em relação à aluna; planejamento das aulas; e relação autismo e pessoa negra. Foi utilizada a análise a partir da óptica interseccional a fim de identificar barreiras e facilitadores no processo de inclusão da aluna, assim como também suas necessidades específicas. Conclui-se que a inclusão deve ser um esforço coletivo e contínuo, envolvendo todos os atores da comunidade escolar e a implementação de políticas públicas que garantam a inclusão. AEducação Física pode ser uma ferramenta poderosa para a promoção da inclusão e da diferença na escola, desde que seja realizada com comprometimento.

The intersectionality emerges as a valuable tool to understand and address the inclusion challenges faced in Physical Education. The present work aims to use an intersectional perspective to understand how the process of inclusion of a black student diagnosed with Autism Spectrum Disorder in the first year of elementary school took place, through inclusive Physical Education. This is a qualitative research. In order to carry out this analysis, the present work proposed to carry out semi-structured interviews with the interns who worked with the student in question, as well as the teacher responsible for the internship and the classroom teacher of the student's class. The collected data were then analyzed using the content analysis tool and organized into three categories: feelings towards the student; lesson planning; and the relationship between autism and black people. Analysis from an intersectional perspective was used in order to identify barriers and facilitators in the student's inclusion process, as well as their specific needs. It is concluded that inclusion must be a collective and continuous effort, involving all actors in the school community and the implementation of public policies that guarantee the inclusion. Physical Education can be a powerful tool for promoting inclusion and diversity at school, as long as it is carried out with commitment.

La interseccionalidad emerge como una herramientavaliosa para comprender y abordar los desafíos de inclusión que enfrenta la Educación Física. El presente trabajo tiene como objetivo utilizar una perspectiva interseccional para comprender cómo se produjo el proceso de inclusión de un estudiante negro diagnosticado con Trastorno del Espectro Autista en el primer año de la escuela primaria, a través de la Educación Física inclusiva. Esta es una investigación cualitativa. Para llevar a cabo este análisis, el presente trabajo propuso realizar entrevistas semiestructuradas a los pasantes que trabajaron con el alumno en cuestión, así como al docente responsable de la pasantía y al docente de aula de la clase del alumno. Los datos recolectados fueron luego analizados utilizando la herramienta de análisis de contenido y organizados en tres categorías: sentimientos hacia el estudiante; planificación de las clases; y la relación entre el autismo y los negros. Se utilizó el análisis desde una perspectiva interseccional para identificar barreras y facilitadores en el proceso de inclusión del estudiante, así como sus necesidades específicas. Se concluye que la inclusión debe ser un esfuerzo colectivo y continuo, involucrando a todos los actores de la comunidad escolar y la implementación de políticas públicas que garanticen la inclusión. La Educación Física puede ser una poderosa herramienta para promover la inclusión y la diversidad en la escuela, siempre que se lleve a cabo con compromiso.