Análise epidemiológica das paradas cardiorespiratórias do departamento de emergência adulto do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
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Data
2025Autor
Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Resumo
A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida, conforme a American Heart Association (AHA), como a cessação da atividade mecânica cardíaca confirmada pela ausência de sinais de circulação. No Brasil, a maioria dos estudos sobre o tema envolvem pacientes diagnosticados com PCR no atendimento pré-hospitalar, nas enfermarias, no período perioperatório e em unidades de terapia intensiva. São escassos os estudos que incluem as PCRs em serviços de emergência, evidenciando a necessidade de análise des ...
A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida, conforme a American Heart Association (AHA), como a cessação da atividade mecânica cardíaca confirmada pela ausência de sinais de circulação. No Brasil, a maioria dos estudos sobre o tema envolvem pacientes diagnosticados com PCR no atendimento pré-hospitalar, nas enfermarias, no período perioperatório e em unidades de terapia intensiva. São escassos os estudos que incluem as PCRs em serviços de emergência, evidenciando a necessidade de análise desta população. Este estudo avaliou o perfil epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de PCR em um departamento de emergência de um hospital terciário do sul do país. A metodologia empregada foi uma coorte retrospectiva com base no banco de dados institucional que incluiu pacientes com mais de 18 anos, de ambos os sexos, que foram submetidos a manobras de reanimação cardiopulmonar no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Dos 404 pacientes avaliados inicialmente, 158 pacientes preencheram os critérios de inclusão do estudo, a média de idade foi 67 anos, sem diferença entre os sexos, 89,24% apresentava alguma comorbidade e a média do índice de Charlson foi de 4,39. A média de PCR por ano foi de 31,6 casos, ocorrendo mais comumente durante o dia e quase metade dos pacientes acessaram o hospital sem atendimento pré-hospitalar, sendo que 72,2% dos episódios foram presenciados. Os ritmos iniciais mais comuns foram AESP e assistolia. A obtenção de via aérea avançada e o uso de adrenalina endovenosa foram as intervenções mais utilizadas durante a RCP. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 88%. A causa presumida mais comum foi insuficiência respiratória aguda. O fator prognóstico com significância estatística encontrado no estudo foi ritmo inicial chocável, sendo único provavelmente devido a perda de dados causada pela falta de registro em prontuário eletrônico, o que prejudicou a análise das demais variáveis. Foi possível realizar análise dos pacientes com PCR apenas no extra-hospitalar (n=94), com discretas diferenças, em destaque ROSC médio, demonstrando diferença estatística entre os grupos sobreviventes e não sobreviventes. Os dados descritos neste estudo trazem informações significativas para comparação com outras regiões do país e do mundo, reforçando a necessidade de treinamento continuado e registro adequado das intervenções durante a RCP. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Medicina de Emergência.
Coleções
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Ciências da Saúde (1725)
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