Psicopatologia alimentar e ortorexia nervosa em vegetarianos e não vegetarianos brasileiros : um estudo transversal

Abstract

Background: This study aimed to assess eating psychopathology and orthorexia nervosa (ON) in vegetarians (VEG) and non-vegetarians (NVEG). Methods: We conducted a cross-sectional study with individuals from different locations throughout Brazil. The Eating Disorder Examination–Questionnaire Version (EDE-Q) and Düsseldorf Orthorexia Scale were used. Results: There were no differences in EDE-Q (median 1.06 vs. 1.11 points, p=0.76) between VEG (n=95) and NVEG (n=88), and the scores compatible with eating disorders were similar between groups (27.4% vs. 27.3%, p=1.00). DOS was higher in VEG than in NVEG (median 20 vs. 17.5, p=0.04). VEG presented a higher frequency of DOS ≥25 (indicative of increased risk of ON: 20% vs. 9,1%, p=0.04). VEG group presented 1.9 points (CI95% 0.3 – 3.5) higher DOS score than NVEG, even when adjusted for sex and body mass index (BMI) (p=0.02). The interaction between VEG and BMI was significant for the EDE-Q score prediction (p=0.01). The magnitude of the association between BMI and EDE-Q was higher in the VEG group. For each 1 kg/m² increase in BMI, there was a 0.22 (CI95%: 0.16 – 0.29) point increase in the EDE-Q score in the VEG group and a 0.11 (CI95% 0.06 – 0.17) point increase in the NVEG group (p=0.01), adjusted for sex. Conclusion: VEG seems to be at increased risk for ON, and the association between BMI and eating psychopathology was higher in magnitude in the VEG than in the NVEG.

Introdução: Este estudo teve como objetivo avaliar a psicopatologia alimentar e ortorexia nervosa (ON) em vegetarianos (VEG) e não vegetarianos (NVEG). Métodos: Foi realizado um estudo transversal com indivíduos de diferentes localidades do Brasil. Foram utilizados o Eating Disorder Examination–Questionnaire Version (EDE-Q) e Düsseldorf Orthorexia Scale. Resultados: Não houve diferenças a partir da pontuação global do EDE-Q (mediana 1,06 vs. 1,11 pontos, p=0,76) entre VEG (n=95) e NVEG (n=88), e os escores compatíveis com transtornos alimentares foram semelhantes entre os grupos (27,4% vs. 27,3%, p=1,00). A escala DOS foi maior em VEG do que em NVEG (mediana 20 vs. 17,5, p=0,04). O grupo VEG apresentou maior frequência de pontuação da escala DOS ≥25 (indicativo de risco aumentado para ON: 20% vs. 9,1%, p=0,04). Grupo VEG apresentou pontuação da escala DOS 1,9 pontos (CI95% 0,3 – 3,5) maior que o grupo NVEG, mesmo quando ajustado por sexo e índice de massa corporal (IMC) (p=0,02). A interação entre VEG e IMC foi significativa para a predição do escore global do EDEQ (p=0,01). A magnitude de associação entre IMC e EDE-Q foi maior no grupo VEG. Para cada aumento de 1 kg/m² no IMC, houve aumento de 0,22 (CI95%: 0,16 – 0,29) pontos no escore EDEQ no grupo VEG e aumento de 0,11 (CI95% 0,06 – 0,17) pontos no grupo NVEG (p=0,01), ajustado por sexo. Conclusão: Grupo VEG parece ter risco aumentado para ON, e a associação entre IMC e psicopatologia alimentar foi maior em magnitude no grupo VEG do que no grupo NVEG.

Introducción: Este estudio tuvo como objetivo evaluar la psicopatolgía alimentaria y la ortorexia nerviosa (ON) en vegetarianos (VEG) y no vegetarianos (NVEG). Métodos: Se realizó un estudio transversal con individuos de diferentes localidades de Brasil. Se utilizaron el Eating Disorder Examination–Questionnaire Version (EDE-Q) y la Düsseldorf Orthorexia Scale. Resultados: No hubo diferencias en la pontuación del EDE-Q (mediana 1,06 vs. 1,11 puntos, p=0,76) entre VEG (n=95) y NVEG (n=88), y las pontuaciones compatibles con transtornos alimentarios fueron similares entre los grupos (27,4% vs. 27,3%, p=1,00). La escala DOS fue mayor en VEG que en NVEG (mediana 20 vs. 17,5, p=0,04). El grupo VEG mostró una mayor frecuencia de pontuaciones en la escala DOS ≥25 (indicativo de mayor riesgo de ON: 20% vs. 9,1%, p=0,04). El grupo VEG tuvo una pontuación en la escala DOS 1,9 puntos (CI95% 0,3 – 3,5) mayor que el grupo NVEG, incluso después de ajustar por sexo y índice massa corporal (IMC) (p=0,02). La interacción entre VEG y IMC fue significativa para predecir la puntuación global del EDE-Q (p=0,01). La magnitud de la asociación entre IMC y EDE-Q fue mayor en el grupo VEG. Por cada aumento de 1 kg/m² en el IMC, hubo un aumento de 0,22 (CI95%: 0,16 – 0,29) puntos en la pontuación EDE-Q en el grupo VEG y un aumento de 0,11 (CI95% 0,06 – 0,17) puntos en el grupo NVEG (p=0,01), ajustado por sexo. Conclusión: El grupo VEG parece tener un mayor riesgo de ON, y la asociación entre IMC y la psicopatologia alimentaria fue mas pronunciada en magnitud en el grupo VEG que en el grupo NVEG.